Funcionários do metrô de Belo Horizonte pretendem cruzar os braços a partir de 0h de quinta-feira (23/12). A decisão foi tomada pela categoria neste domingo (19), durante assembleia do Sindicato dos Metroviários de Minas Gerais (Sindimetro-MG), na Estação Central, na Praça da Estação, no Centro da capital. A impossibilidade de transferência dos profissionais a outras unidades da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), responsável pelo controle dos modais, motiva a paralisação, sem data para terminar.
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BH tem possibilidades de pancadas de chuva no período da tardeIncêndio destrói casa em BH; suspeita é que fogo tenha sido criminosoShopping que teria impedido entrada de adolescentes é alvo de inquéritoCBTU entra na Justiça para parar greve dos metroviáriosLiga das Escolas de Samba de MG cancela desfile no carnaval de BH em 2022Liga das Escolas de Samba de MG cancela desfile no carnaval de BH em 2022Segundo o Sindimetro-MG, dias depois, foi publicada portaria interna da CBTU, retroativa à resolução da União, permitindo que funcionários da alta cúpula em BH fossem realocados em Brasília.
"A gente quer o direito de ser transferido de unidade para todos os trabalhadores", disse, ao Estado de Minas, o metroviário Pablo Henrique, diretor de Comunicação do sindicato.
O dirigente afirmou que em uma audiência mediada pela Justiça, as partes acertaram enviar as reivindicações trabalhistas ao governo em janeiro. A portaria que beneficia ocupantes de cargos de confiança, porém, foi mal vista pelos trabalhadores. O sindicato pretende ir à Justiça contra a articulação da CBTU.
"Está todo mundo na incerteza. Achamos um deboche termos uma audiência na Justiça no dia 15, a empresa não falar nada, e sermos surpreendidos com uma portaria que o sindicato tomou conhecimento ontem pela manhã", ressaltou.
A assembleia deste domingo foi convocada em caráter de urgência pelo Sindimetro. "Não temos nada contra a cessão de empregados à administração central. O que queremos, e vamos 'fincar o pé' até conseguir, é que todos tenham o mesmo direito", explicou Romeu Machado, presidente da entidade classista.
"O que está em risco agora não é salário, benefício ou direito. É emprego. Não podemos admitir isso", falou ele, afirmando que a resolução interna da CBTU fere o acordo coletivo que rege o expediente dos metroviários.
Procurada, a equipe de comunicação da CBTU-BH afirmou ainda não ter posicionamento da empresa sobre a greve deflagrada pelos funcionários. Este texto será atualizado tão logo haja comunicado oficial.
Bolsonaro sancionou privatização
Em setembro, o presidente Jair Bolsonaro (PL) esteve em Belo Horizonte para sancionar a privatização do metrô. A venda é acompanhada por aporte de R$ 2,8 bilhões para melhorias na estrutura. O governo estadual vai disponibilizar R$ 400 milhões.O edital para concretizar a entrega dos trens à iniciativa privada deverá ser publicado em março do próximo ano. Atualmente, o metrô liga o Eldorado, em Contagem, à Venda Nova. A ideia é construir um segundo itinerário, do Barreiro ao Calafate, na Região Oeste.