Por meio de um comunicado divulgado nesta segunda-feira (20/12), a Cemig informou que "acumulado atípico de chuvas" na região no domingo (19/12) "levou à interrupção de geração da usina e à necessidade de abertura mínima do vertedouro" do reservatório de Irapé. Devido ao excesso de chuvas, houve quedas de barreira, o que comprometeu a operação da usina.
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A companhia energética esclareceu, diante da interrupção das turbinas por conta dos danos provocados pelos temporais, que procedeu a abertura do vertedouro da hidrelétrica numa quantidade mínima para garantir a vazão do Rio Jequitinhonha.
Por outro lado, a Cemig tranquilizou a população de que não existem riscos de inundações de comunidades situadas à jusante (abaixo) do reservatório de Irapé, que, atualmente, está com 33% de sua capacidade.
Mesmo assim, mantém contato com as Coordenadorias Municipais de Defesa Civil dos municípios situados no entorno e abaixo da hidrelétrica - Berilo, Grão Mogol, Josenópolis e Virgem da Lapa, bem como com a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec-MG).
"De maneira a manter a perenização do Rio Jequitinhonha, a Cemig procedeu pela abertura mínima do túnel extravasor. Essa abertura é feita no patamar de 230 m³/s, valor inferior ao limite de início de inundação dos municípios ribeirinhos", diz o comunicado.
A empresa também esclareceu que não existe preocupação quanto à segurança estrutural ou operacional da usina. Conforme as informações divulgadas pela companhia, em um intervalo de 12 hors, entre as 20 horas de sábado e as 10 horas de domingo, caíram quase 200 milímetros de chuva na região da Usina de Irapé.
"Considerando as características da topografia da região, essa quantidade de chuva causou a queda de barreiras na região de acesso à usina, na margem direita do rio Jequitinhonha, bem como obstruiu as saídas da drenagem da casa de força", informou a Cemig.
"Isso ocasionou a necessidade de desligamento das três unidades geradoras, interrompendo o fluxo de liberação de água no rio, que estava no patamar de 50 m³/s", explica a empresa.
A Cemig lembra que, apesar das fortes chuvas registradas no Vale do Jequitinhonha neste mês, o reservatório da hidrelétrica de Irapé ainda apresenta um volume baixo (33% da capacidade) por conta dos impactos da crise hídrica na região do últimos anos.
"Ou seja, o vertimento atual é praticado apenas com o intuito de manter o rio Jequitinhonha perenizado, garantindo a vida aquática e demais usos da água. Além disso, os impactos das chuvas se restringiram à região da estrada de acesso da usina e de sua casa de força. Não há qualquer preocupação ou risco quanto à segurança da barragem de Irapé",sustenta a geradora de energia.
A Cemig informou que a operação da usina manterá a vazão liberada em Irapé no patamar de 230 m³/s até que seja solucionado o problema quanto à drenagem da casa de força e avaliada a condição das unidades geradoras.
Acrescentou ainda que não há impacto para o suprimento energético das cidades da região, que é mantido pela malha de transmissão do Sistema Interligado Nacional (SIN).