O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), prefere esperar o fim do impasse entre a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o governo de Jair Bolsonaro (PL) sobre a vacinação infantil contra a COVID-19. A agência já deu aval à aplicação de imunizantes da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos; o presidente e o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, porém, têm afirmado não querer "pressa". Nesta segunda-feira (20/12), em entrevista exclusiva ao Estado de Minas, Zema afirmou que, se preciso for, comprará doses para os pequenos, mas afirmou que a situação, "sob controle", permite cautela.
"Não custa nada (esperar o fim do imbróglio). A situação, neste momento, está sob controle. As crianças têm imunização natural. Seria quase que um reforço. Não vamos tomar nenhuma decisão precipitada. Vamos aguardar para fazer a coisa com critério", disse.
A Anvisa autorizou a injeção de doses do composto produzido pela Pfizer. Na semana passada, Bolsonaro garantiu que pediria, à agência reguladora, a lista de técnicos responsáveis por autorizar o uso da vacina. O pedido foi endossado por Queiroga. Enquanto isso, João Doria (PSDB), governador de São Paulo, acenou com a hipótese de comprar, por conta própria, imunizantes para ministrar nas crianças do estado.
Embora também considere a possibilidade de adquirir as vacinas, Zema fez questão de ressaltar não querer "colocar ninguém em risco".
"Temos acompanhado todos os estudos feitos no mundo a respeito da utilidade - ou não - da vacina no público infantil. Se ficar realmente provado que é um procedimento adequado, que vai salvar vidas, vamos fazer. Se ficar provado que é algo que coloca a criança em risco, não vamos, de forma alguma, conduzir dessa maneira. Se necessário, o estado vai comprar as doses, sim. Estamos acompanhando, mas vamos fazer tudo com o maior critério e o maior cuidado. Não queremos colocar ninguém em risco."
O "sim" da Anvisa à vacina da Pfizer veio na quinta-feira (16). A dosagem para o público infantil será ajustada e menor do que a aplicada em maiores de 12 anos. A proposta é ter frascos diferenciados pela cor, como medida preventiva para não ocorrer aplicações erradas.
"Se a Anvisa já deu aval, com toda a certeza há estudos que comprovam a eficácia do procedimento. Então, seria positivo. Agora, se há retardamento da Anvisa, uma suspensão do procedimento, qual o motivo? Não estou a par. Não sei se houve alguma informação adicional ainda não comunicada", emendou o governador.
Mesmo diante dos questionamentos públicos de Bolsonaro e Queiroga, a Anvisa mantém a posição favorável ao imunizante destinado às crianças. Ontem, a agência reiterou pedido feito à Polícia Federal para proteger servidores ameaçados. A corporação vai investigar o caso.
A agência também cobra atuação da Procuradoria-Geral da República (PGR). Funcionários da autarquia chegaram a gravar um vídeo para defender a decisão das áreas técnicas.
Nesta segunda, Queiroga, que projetou definição sobre o tema da vacinação infantil em janeiro, afirmou que "a pressa é inimiga da perfeição".
Ontem, no Guarujá, em São Paulo, Bolsonaro voltou a subir o tom contra a Anvisa, com quem vem acumulando enfrentamentos. "Criança é coisa muito séria. Não se sabe os possíveis efeitos adversos futuros. É inacreditável, desculpa aqui, o que a Anvisa fez. Inacreditável."
"Não custa nada (esperar o fim do imbróglio). A situação, neste momento, está sob controle. As crianças têm imunização natural. Seria quase que um reforço. Não vamos tomar nenhuma decisão precipitada. Vamos aguardar para fazer a coisa com critério", disse.
A Anvisa autorizou a injeção de doses do composto produzido pela Pfizer. Na semana passada, Bolsonaro garantiu que pediria, à agência reguladora, a lista de técnicos responsáveis por autorizar o uso da vacina. O pedido foi endossado por Queiroga. Enquanto isso, João Doria (PSDB), governador de São Paulo, acenou com a hipótese de comprar, por conta própria, imunizantes para ministrar nas crianças do estado.
Embora também considere a possibilidade de adquirir as vacinas, Zema fez questão de ressaltar não querer "colocar ninguém em risco".
"Temos acompanhado todos os estudos feitos no mundo a respeito da utilidade - ou não - da vacina no público infantil. Se ficar realmente provado que é um procedimento adequado, que vai salvar vidas, vamos fazer. Se ficar provado que é algo que coloca a criança em risco, não vamos, de forma alguma, conduzir dessa maneira. Se necessário, o estado vai comprar as doses, sim. Estamos acompanhando, mas vamos fazer tudo com o maior critério e o maior cuidado. Não queremos colocar ninguém em risco."
O "sim" da Anvisa à vacina da Pfizer veio na quinta-feira (16). A dosagem para o público infantil será ajustada e menor do que a aplicada em maiores de 12 anos. A proposta é ter frascos diferenciados pela cor, como medida preventiva para não ocorrer aplicações erradas.
"Se a Anvisa já deu aval, com toda a certeza há estudos que comprovam a eficácia do procedimento. Então, seria positivo. Agora, se há retardamento da Anvisa, uma suspensão do procedimento, qual o motivo? Não estou a par. Não sei se houve alguma informação adicional ainda não comunicada", emendou o governador.
Anvisa resiste a pressões e aciona a Polícia Federal
Mesmo diante dos questionamentos públicos de Bolsonaro e Queiroga, a Anvisa mantém a posição favorável ao imunizante destinado às crianças. Ontem, a agência reiterou pedido feito à Polícia Federal para proteger servidores ameaçados. A corporação vai investigar o caso.
A agência também cobra atuação da Procuradoria-Geral da República (PGR). Funcionários da autarquia chegaram a gravar um vídeo para defender a decisão das áreas técnicas.
Nesta segunda, Queiroga, que projetou definição sobre o tema da vacinação infantil em janeiro, afirmou que "a pressa é inimiga da perfeição".
Ontem, no Guarujá, em São Paulo, Bolsonaro voltou a subir o tom contra a Anvisa, com quem vem acumulando enfrentamentos. "Criança é coisa muito séria. Não se sabe os possíveis efeitos adversos futuros. É inacreditável, desculpa aqui, o que a Anvisa fez. Inacreditável."