Nesta quarta-feira (22/12), artistas e integrantes de movimentos sociais se uniram para preparar 2 mil refeições destinadas a famílias em risco alimentar e moradores em situação de rua de Belo Horizonte.
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As refeições foram distribuídas para moradores em situação de rua do Centro, Bairro Floresta, além de famílias que moram em ocupações nas áreas centrais de BH.
Rubinho do Vale, cantor, destaca a importância da ação. “Eu estou aqui hoje com muito prazer e alegria. Também participei do Grito pela Vida e estou sempre junto. Quem tem fome tem pressa. Cada um fazendo um pouco, fazendo sua parte, vamos tentar amenizar as dores de quem tem fome, de quem precisa, de quem mora na rua.”
A cantora Fernanda Takai também esteve presente na mobilização desta quarta-feira. Ela conta que participou, em um primeiro momento, cantando.
“Mas, hoje, eu vim pôr a ‘mão na massa’. Ajudar um pouco na cozinha também. Acho importante estar perto das pessoas que fazem a diferença no dia a dia de quem precisa de um prato de comida. E é um prato de comida com muita qualidade.”
Ela também ressaltou o trabalho feito pelos movimentos sociais para ajudar as pessoas em situação de vulnerabilidade social.
“Hoje estamos aqui celebrando esse momento de união, de solidariedade, em um país que está tão necessitado disso. E os cidadãos que estão se unindo, fazendo a doação do seu próprio tempo, do seu recurso, da sua solidariedade para alimentar o povo que está passando muita fome.”
Ação de Natal
Jairo dos Santos é coordenador do projeto Cozinha Solidária em Minas Gerais. Ele explica que o projeto surgiu em 2020, em Uberlândia. Atualmente, tem 11 unidades no estado, em cidades como Montes Claros, Diamantina, Ituiutaba, Ribeirão das Neves, Contagem e Belo Horizonte.
“Essas cozinhas nasceram como uma estratégia de combate à fome e à insegurança alimentar, dentro das comunidades e ocupações. A ideia surgiu com o agravamento da pandemia e da situação econômica das famílias mais pobres.”
Segundo ele, o projeto é a principal estratégia no combate à insegurança alimentar dessas famílias. “Um dos problemas para as famílias manterem a alimentação é o custo do gás de cozinha. Conseguimos manter para elas uma alimentação equilibrada.”
Durante todo o ano, o projeto distribui refeições com verduras, legumes, arroz, feijão e uma carne. “Às vezes tem uma farofa ou macarrão, mas sempre com essa base.”
Para celebrar o Natal, Jairo conta que eles decidiram criar um desafio.
“Como era um almoço especial de Natal, decidimos construir um desafio de alimentar 2 mil pessoas que estão nessa situação de fome, insegurança alimentar e vivem nas ruas e ocupações de Belo Horizonte. Ações desse tipo aconteceram em todo o estado e no Brasil, de produção de uma ceia de Natal.”
Ele destaca que o projeto teve a ajuda de sindicatos e voluntários, entre eles o Sindieletro.
“Eles não apenas cedem o lugar. Bancam o gás de cozinha, o transporte das marmitas, das doações, além de ajudar com alguns elementos básicos das refeições. Tudo isso vem da contribuição dessa categoria importante que são os eletricitários do estado.”
Já o Sindicato dos Servidores Públicos do Meio Ambiente no Estado de Minas Gerais (SINDSEMA) foi responsável pela doação de 100 quilos de carne para as refeições.
“Estou muito feliz de estar aqui, vir cozinhar e participar dessa ação tão importante do movimento Grito pela Vida, que participamos desde o início”, afirma Regina Pimenta, presidente do Sindicato. Os servidores decidiram não fazer a confraternização de fim de ano e doar a verba para a ação. “Doamos uma verba que conseguimos comprar 100 quilos de carne para atender às famílias que estão em situação de rua.”
Ela contou que outras ações devem ser feitas até o final do ano, como a entrega de brinquedos para crianças dos aglomerados de BH.
As próximas ações do Cozinha Solídária são a ceia de Natal da ocupação Padre Júlio Lancellotti, no Bairro Carlos Prates; no Ocupa Curumim, em Ribeirão das Neves e na Cozinha Solidária do Ipê Amarelo, em Contagem.
Doações e voluntários
O Grito pela Vida é um movimento que surgiu em Minas Gerais. Em 1° de maio de 2020, Dia do Trabalhador, organizou o seu primeiro festival virtual. Desde então, a iniciativa já alimentou milhares de pessoas por meio de uma rede que envolve entidades sociais.
Já a Cozinha Solidária é um projeto social coordenado pelo MTST e atua no Brasil inteiro. Atualmente, o projeto conta com o apoio do movimento Grito Pela Vida e distribui, diariamente, cerca de 400 refeições para moradores em situação de rua na Região da Praça da Estação, no Bairro Floresta e em três ocupações na área central de BH.
Doações de alimentos podem ser feitas no Sindieletro. O endereço é: rua Mucuri, 272, Bairro Floresta.
As doações em dinheiro podem ser feitas por Pix, depósito ou transferência:
- CHAVE Pix
- CNPJ: 28.799.171/0001-41
- Banco: Itaú
- Agência: 8170
- Conta: 30682-6
- Associação Amigos da Luta dos Sem Teto
- CNPJ: 28.799.171/0001-41
Para ser voluntário basta procurar o Sindieletro, no telefone: (31) 3238-5000.
*Estagiária sob supervisão do subeditor Eduardo Oliveira