Jornal Estado de Minas

Espírito natalino

Idosas de Belo Horizonte fazem coleção com 99 presépios; veja

O Natal é marcado por várias tradições e uma delas é a montagem do presépio. Na família das irmãs Marlene e Tereza Iglesias, de 85 e 87 anos respectivamente, esse costume é ainda mais presente, com a coleção de 99 presépios que elas têm. Moradoras de Belo Hroizonte, as peças recebidas desde 2007 são do mundo todo. 




 
Segundo o sobrinho delas e organizador da coleção, Augusto Rodrigues Borges, de 69 anos, as senhoras não compram os presépios, elas ganham de familiares e amigos que fazem viagens ou encontram peças diferentes do comum. 
 
"Sou o organizador dos presépios. Elas não compram, sempre ganham. O pessoal da família que viaja e traz sempre que tem algum interessante. Eu mesmo acabei de dar de presente um presépio de quebra-cabeça, esse é interessantíssimo, não tem na coleção. Ele até veio da Suécia", diz. 

Marlene é a dona da coleção, mas aos poucos ela e a irmã passaram a compartilhar o gosto pelas peças. O primeiro presépio é dos anos 1950, mas começaram a colecionar mesmo em 2007, quando os parentes passaram a ter uma intenção de presentear para formar coleção. 




 
Teresa Iglesias com alguns de seus presépios (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
 
 
"No começo elas tinham alguns, depois foram ganhando mais e virou uma coleção. Agora já são 99. Todo ano, lá para o dia 20 de dezembro, tiram das caixas e expõem na casa. Aí, em 7 de janeiro, elas guardam. Nesse período ficam expostos na casa e a família visita", explica Augusto.

As encomendas não ficam só no Brasil, tem presépio que veio da Itália, Rússia, México, Polônia, Argentina, Portugal, Espanha, Holanda, Suécia, Estados Unidos e Turquia. O sobrinho lembra quase de cór a planilha que fez em seu computador para classificar todas as peças.

"Tenho uma planilha com todos os presépios. Tem os números, a listinha de fotos, de onde vieram, quem deu e de qual material é feito. Além disso, também tem uma característica marcante deles", diz.




 
Uma das peças da coleção (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
 

No início, a maioria era do mesmo material, mas com o tempo isso perdeu a graça, segundo Augusto. O acervo passou a ficar mais interessante quando 'os diferentes' comeaçram a fazer parte. 

"O legal é comprar uns diferentes. Agora tem presépio com casca de árvore, ametista (pedra preciosa), de quebra cabeça, Matrioskas (bonecas da Rússia), de palha e outros de artesanato", conta. 

Guardados em caixas o ano inteiro, o Natal é esperado para desembalar tudo e expor pela casa. Durante um dia inteiro o trabalho é feito, enquanto as irmãs lembram quem presenteou, quando foi e apreciam as visitas dos familiares que aproveitam para rever a coleção. 





A 'descoberta' do presépio 99 aconteceu enquanto Augusto atualizava a lista deste ano. "Todo ano eu atualizo a planilha, à medida que elas vão ganhando. Aí, em dezembro eu imprimo, levo para a casa delas e vamos conferindo enquanto desembalamos. Nessa de atualizar é que percebi o número, ainda não tinha visto".
 
Sobre o centésimo presépio, ele brinca que ainda não foi encomendado, mas não vê a hora de atualizar a lista. "Eu tô afim de achar alguém para ser o doador do presépio número 100", finaliza o sobrinho.
 
*Estagiária sob supervisão do subeditor Eduardo Oliveira