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Estado de Minas covid-19

Ministério abre consulta sobre vacinação infantil

Mesmo com aval da Anvisa, Saúde decide abrir espaço "para contribuições", antes de incluir a faixa de 5 a 11 anos no Programa Nacional de Imunização


23/12/2021 04:00 - atualizado 22/12/2021 22:31

Imunizante da Pfizer já foi aprovado pela agência de vigilância para uso infantil
Imunizante da Pfizer já foi aprovado pela agência de vigilância para uso infantil, mas governo resiste em adotar vacinação (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press - 16/11/21)

Mesmo com o aval e a recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da Covid-19 (CTAI Covid-19), a vacinação de crianças de 5 a 11 anos com a vacina da Pfizer passará por uma consulta pública, aberta pelo Ministério da Saúde, de hoje a 2 de janeiro. A abertura da consulta foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) de ontem. “Fica estabelecido o período de 23 de dezembro de 2021 a 2 de janeiro de 2022 para que sejam apresentadas contribuições, devidamente fundamentadas”, diz o texto, assinado pela secretária extraordinária de Enfrentamento à COVID-19, Rosana Leite de Melo.

A consulta pública para vacinação contra a COVID-19 não foi realizada anteriormente, já que após a aprovação da Anvisa de determinada vacina, o Ministério da Saúde apenas adotava a inclusão da vacina na campanha de vacinação contra o novo coronavírus. Desta vez, porém, a pasta adota atitude diferente. O governo federal resiste em incluir o público pediátrico na campanha de vacinação contra o novo coronavírus. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, indicou, mais de uma vez, não ter pressa para iniciar a imunização do grupo. Disse que “a pressa é inimiga da perfeição” em relação à vacinação de crianças.

Dados do Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da COVID-19 indicam que, desde o início da pandemia até o último dia 6, 1.449 crianças de até 11 anos morreram de COVID, sendo que 301 óbitos são da faixa de 5 a 11 anos.

Correção 


Depois de o Ministério da Saúde anunciar a abertura de uma consulta pública para avaliar a vacinação contra a covid-19 de crianças com o imunizante da Pfizer, a Anvisa enviou um ofício à pasta pedindo a correção do texto de abertura da consulta publicado no diário oficial. Segundo a agência, o texto indica que a vacinação contra a COVID-19 de crianças de 5 a 11 anos foi autorizada pela Anvisa, mas o órgão regulador explica que seria errado afirmar isso, “já que a Anvisa não tem a atribuição de autorizar nenhuma campanha de vacinação no Brasil”.

“A competência da Agência Reguladora está na concessão do registro dos imunizantes. Em 16 de dezembro de 2021, a Anvisa autorizou a inclusão da indicação da vacina Comirnaty para imunização contra a COVID-19 em crianças de 5 a 11 anos de idade, permitindo o início do uso da vacina no Brasil para essa faixa etária”, explanou a Anvisa no ofício enviado ao Ministério da Saúde.

No entanto, para que, de fato, a vacina seja aplicada em crianças, o Ministério da Saúde precisa autorizar a vacinação desse público com o imunizante já autorizado pela agência. "A decisão sobre quando, como e se a vacina Pfizer-BioNTech COVID-19 será adotada pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) para crianças de 5 a 11 anos é do Ministério da Saúde”, reforçou a agência em nota.

Em resposta ao Estado de Minas, o Ministério da Saúde informou que recebeu a solicitação da Anvisa e que vai retificar o texto de abertura da consulta pública, mas não indicou quando isso será feito.

Prazo 


Apesar de sociedades médicas e especialistas pressionarem a pasta para o início da imunização das crianças, o governo federal conseguiu uma vitória na sua manobra protelatória para a adoção da vacina pediátrica. O Supremo Tribunal Federal (STF) acatou o pedido do governo federal e ampliou para 5 de janeiro o prazo para que o ministério apresente um plano de imunização para esse grupo. Logo, após a consulta pública, a pasta tem mais dois dias para definir o que fará e comunicar a resposta à corte.

A decisão é do ministro Ricardo Lewandowski, acatando argumentação da Advocacia-Geral da União (AGU). Na sexta-feira (17/12), o magistrado fixara 48 horas de prazo para que o governo se manifestasse sobre a inclusão, no Plano Nacional de Imunização, da vacinação contra a covid de crianças de 5 a 11 anos.



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