O primeiro caso de infecção pelo vírus H3N2 foi confirmado em Viçosa, na Zona da Mata mineira, em uma pessoa de 34 anos. O comunicado foi feito pela prefeitura do município nessa quarta-feira (22/12). Segundo a administração municipal, o quadro de saúde do paciente é estável. Ele se recupera em casa, sob monitoramento da Secretaria de Saúde, informou a pasta à reportagem do Estado de Minas.
De acordo com a prefeitura, amostras de materiais colhidas em pacientes com sintomas gripais negativos para COVID-19 foram encaminhadas à Fundação Ezequiel Dias (Funed) para investigação de possível circulação do vírus H3N2 no município. A Vigilância Epidemiológica recebeu o resultado com a confirmação do primeiro caso positivo na cidade.
“Mesmo com letalidade menor que o novo coronavírus, o H3N2 tem mais chances de evoluir para casos graves em grupos de risco (crianças, idosos, gestantes e indivíduos com comorbidades)”, pontua o comunicado do Executivo.
Neste ano, em Minas, foram identificadas 147 amostras clínicas com a detecção do vírus Influenza A/H3N2 pela Funed. Os números foram contabilizados até esta quinta-feira (23/12) pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG).
Conforme a pasta estadual, as amostras foram detectadas em pacientes de 48 cidades mineiras e nenhum óbito foi registrado. Não há ocorrências de outros subtipos da doença em 2021 no estado.
Aumento nos casos de gripe em Belo Horizonte
Conforme mostrou o Estado de Minas, o aumento nos casos de gripe tem exigido atendimento médico para grande parte da população de Belo Horizonte.
Conforme dados da Secretaria Municipal de Saúde, em 2021, até o último domingo (19/12), foram realizados cerca de 384 mil atendimentos em razão de problemas respiratórios na capital. A situação é de alerta, aponta a secretaria.
H3N2, um dos subtipos da Influenza
A primeira identificação da nova cepa do vírus Influenza – a H3N2 – no país foi realizada pelo Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) em amostras provenientes da cidade do Rio de Janeiro.
Conforme a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), atualmente são conhecidos três tipos de vírus Influenza: A, B e C. Os dois primeiros são mais propícios a provocar epidemias sazonais em diversas localidades do mundo, enquanto o último costuma provocar alguns casos mais leves.
“O tipo A da Influenza é classificado em subtipos, como o A(H1N1) e o A(H3N2). Já o tipo B é dividido em duas linhagens: Victoria e Yamagata. Embora possuam diferenças genéticas, todos os tipos podem provocar sintomas parecidos, como febre alta, tosse, garganta inflamada, dores de cabeça, no corpo e nas articulações, calafrios e fadigas”, explica a fundação.
A cepa Darwin (recém-descoberta na Austrália) faz parte do tipo A (H3N2). Nos últimos meses, ela contribuiu para um aumento de casos de gripe em um período atípico no Brasil – que, assim como os países do hemisfério sul, possui uma circulação maior do vírus Influenza no inverno, entre julho e setembro.
Sintomas do vírus H3N2
Alguns sintomas do H3N2 podem ser confundidos, inicialmente, com uma gripe comum, porém, pacientes relatam que tiveram reações piores quando contraíram a COVID-19, como espirros, tosse, coriza, calafrio, cansaço excessivo, náuseas e vômitos, diarreia (mais frequente em crianças) e moleza.
O período de incubação do vírus é de três a cinco dias, quando começa a manifestação dos sintomas. Durante o período de incubação ou em casos de infecções assintomáticas, o paciente também pode transmitir a doença.
O período de transmissão do vírus em crianças é de até 14 dias, enquanto nos adultos é de até sete dias.
Há diferenças entre os vírus H1N1, H2N3 e H3N2?
Não há grandes diferenças entre os vírus H1N1, H2N3 e H3N2 no que diz respeito às doenças que cada um causa, na maneira de se prevenir e no tratamento, explica a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG).
A distinção entre os três subtipos de Influenza está nas proteínas específicas que cada um tem em sua superfície. A H1N1, no entanto, é a que pode levar o paciente à morte devido ao agravamento dos sintomas. Portanto, ela pode ser considerada como um tipo mais agressivo se não tratada adequadamente.