O metrô de Belo Horizonte vai operar em escala mínima a partir de 0h deste sábado (25/12). O serviço está parado deste quinta-feira (23/12) em função da greve dos trabalhadores do setor.
A decisão foi comunicada pelo Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro-MG), após assembleia realizada na manhã desta sexta-feira (24/12), na Praça da Estação.
A categoria também definiu que a paralisação, inicialmente prevista para durar até domingo, será estendida até terça-feira (28/12).
Segundo o presidente do Sindimetro, Romeu José Machado, os trens vão rodar apenas nos horários de pico com 100% do efetivo. "Na terça, vamos organizar uma nova reunião para definir os rumos do movimento, pois nesse dia haverá uma audiência com a CBTU", conta o dirigente.
Ontem e hoje, as estações ficaram fechadas, contrariando a decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que determinou aos grevista o cumprimento de escala mínima, uma vez que os metroviários prestam um serviço essencial. O desacato à ordem judicial acarreta multa diária de R$ 30 mil. Machado diz que o Sindimetro vai recorrer à Justiça para evitar o pagamento da taxa, já que a entidade teria sido notificada da determinação do TRT somente ontem à tarde, quando a paralisação já teria sido deflagrada.
Entenda a greve
O movimento grevista protesta contra a resolução nº 206 do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos, publicada em 13 de dezembro deste ano. A norma veda a transferência de empregados lotados na Superintendência Regional Belo Horizonte (STU-BH) a outras unidades da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), em caso de privatização da estrutura.
A paralisação, da qual participam cerca de 1.600 funcionários, foi definida no último domingo (19/12) em assembleia geral na Praça da Estação.
Romeu José Machado diz que, apenas ao fim da manhã de quinta-feira (23/12), o sindicato foi notificado da decisão de manutenção da operação mínima. O desacato acarreta em multa diária de R$ 30 mil. Apesar disso, o dirigente não garante que a decisão judicial será respeitada.
A entidade diz que pretende recorrer à Justiça para evitar o pagamento da multa, mas informou que, caso perca a batalha nos tribunais, tem recursos para bancar até três dias de descumprimento da determinação legal. Ou seja: o equivalente a R$ 120 mil.
A privatização
Em setembro, o presidente Jair Bolsonaro (PL) esteve em Belo Horizonte para sancionar o projeto de privatização do metrô. A venda será acompanhada por aporte de R$ 2,8 bilhões para melhorias na estrutura. O governo estadual vai disponibilizar R$ 400 milhões. O edital para concretizar a entrega dos trens à iniciativa privada deverá ser publicado em março de 2022. Atualmente, o metrô liga o Eldorado, em Contagem, a Venda Nova, em BH. A ideia é implantar um segundo itinerário, do Barreiro ao Calafate, na Região Oeste.