A saga de quem precisa dos serviços das Unidades de Pronto Atendimento (UPA) de Belo Horizonte continua árdua.
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"Está muito cheio, nem lá dentro da sala de espera, a gente consegue ficar com um mínimo de conforto. Amanhã, vou chegar bem mais cedo para tentar ser atendida. Meu corpo está todo dolorido, não tenho mais forças para ficar esperando", diz a faxineira.
O porteiro José Lima, por sua vez, decidiu ficar. Ele conta que chegou à UPA Leste por volta de meio-dia. "Preciso que o médico me olhe e me receite um remédio, um tratamento para eu conseguir trabalhar na segunda-feira que vem. Senão, estou perdido".
Consultada pela reportagem sobre o total de clínicos e especialistas disponíveis nas unidades nesta segunda, a PBH ainda não manifestou. O Estado de Minas também questionou sobre possíveis reforços ao quadro clínico para atendimento da demanda aumentada, mas também não obteve retorno.
Para desafogar o fluxo nas UPAs, nove Unidades Básicas de Sáude - um em cada regional - estão funcionando com horário estendido desde hoje. Os postos ficarão abertos das 7h às 22h. O horário padrão de atendimento é até 19h. Alguns centros normalmente recebem pacientes até 17h.
Segundo a PBH, houve significativo aumento da procura pelas UPAs devido ao crescimento de da incidência de síndromes respiratórias e casos crônicos agudizados.
Gripe
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, em 2021, as nove UPAs contabilizaram cerca de 122 mil atendimentos por doenças respiratórias, sendo 11 mil atendimentos realizados em novembro/21 e cerca de 10 mil atendimentos em dezembro/21.
Já nos centros de saúde, em 2020, foram realizados cerca de 273 mil atendimentos por doenças respiratórias e, em 2021, foram cerca de 399 mil atendimentos (dados até 26/12).
A cobertura vacinal contra a Influenza está em cerca de 75%. Desde o dia 19 de julho, a vacina contra a gripe está sendo aplicada na população em geral, a partir dos 6 meses de idade. Em 2020, a cobertura vacinal da campanha contra a gripe foi de 96,5%. A meta estipulada pelo Ministério da Saúde é imunizar 90% dos grupos prioritários.