Jornal Estado de Minas

INUNDAÇÕES

Pompéu decreta estado de calamidade pública em decorrência das chuvas

Pompéu, no Centro-Oeste de Minas, decretou estado de calamidade pública em decorrência da chuva dos últimos dias. O decreto foi publicado nessa terça-feira (4/1). O temporal do final e início da semana deixou ao menos 100 pessoas desalojadas e gerou vários estragos na cidade.





Com o decreto, o município poderá, temporariamente, ocupar e utilizar bens e serviços para enfrentamento da crise gerada pelo excesso de chuva, assim como adotar medidas extraordinárias para viabilizar o pronto atendimento à população.

O estado de calamidade precisa ser submetido à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e as medidas ratificadas pelo Comitê Gestor de Governo.


Temporal

As fortes chuvas foram registradas entre domingo (2/1) e segunda-feira (3/1) na cidade de pouco mais de 32,2 mil habitantes. Em algumas regiões, a água chegou a subir mais de dois metros, atingindo residências. O bairro mais prejudicado foi o São Francisco com o transbordamento do Córrego Mato Grosso. Em três horas, choveu 146mm.
 
Pelo menos 60 imóveis ficaram alagados. Cerca de 100 pessoas foram retiradas, algumas com a ajuda de embarcações. Parte foi levada para casas de parentes. Alguns para hotel e para um abrigo criado pela prefeitura. 





Essa é a segunda vez, em menos de um mês, que as casas foram inundadas. No dia 17 de dezembro, outro temporal assolou a cidade. Antes, no início de 2020, houve ocorrências semelhantes, porém, em menor proporção.

A água também atingiu, nesse final de semana, residências nos bairros Volta do Brejo e Morada do Sol.

Cestas básicas com alimentos e produtos de higiene estão sendo distribuídos para as famílias. O município está recebendo doações. Os materiais podem ser levados para sede do Centro de Referência de Assistência Social (Cras), que fica na Rua São Pedro, nº 325, no Bairro São José.


Estragos

Além dos alagamentos, parte do asfalto de algumas vias foi arrancada com a força da chuva. Uma cratera se abriu na Rua Padre João Porto esquina com a Belisário, no centro. 

A zona rural foi atingida. Açudes foram rompidos e três pontes foram levadas com a força da correnteza. Produtores rurais estão precisando fazer um desvio de 30 quilômetros para escoar a produção.





Há risco de interdição de parte da MG-060, que liga Pompéu a Papagaios. Com um trecho ainda de terra, a água está minando e provocando atolamentos. Uma patrol foi tentar desatolar um caminhão e acabou ficando presa na lama também (veja vídeo abaixo).



O município busca solução com o Departamento de Edificações de Estradas e Rodagens de Minas Gerais (DER) responsável pelo trecho.

O desvio tem 50 quilômetros, passando por Martinho Campos, sentido Pitangui.


Medidas 

Com as chuvas do início do ano passado, foi realizado o desassoreamento do Córrego Mato Grosso para ampliar a vazão e minimizar o impacto da chuva. “Mas mesmo assim, com este volume, inclusive a Defesa Civil colocou isso, essa intervenção, essa limpeza, não seria suficiente”, explica o prefeito Ozéas Campos (Republicanos).





No dia 17 de dezembro, a água invadiu alguns imóveis no Bairro São Francisco. Desde então, foi necessário partir para um plano alternativo. “Estamos organizando uma licitação para contratar uma empresa especializada para fazer um estudo de toda essa parte de água pluvial”, destaca Campos.

O levamento é necessário para refazer todo o sistema de drenagem pluvial do município. A partir dele, também deverá ser feita uma previsão de quanto deverá ser investido. Sem arriscar valor, o prefeito fala em alto investimento e diz que será necessário buscar recursos.

Enquanto o projeto não sai do papel, equipes foram mobilizadas com previsão de chuvas intensas a partir desta quinta-feira (6/1). 

“Estamos organizando equipes das áreas porque muitas pessoas não querem sair do local ou já retornaram para as residências. As vezes é difícil de convencer as pessoas de não estarem ali. Já estamos com as equipes mobilizadas para qualquer excesso de água que ocorra. Já temos abrigo também”, informa Campos.
 
O município ainda calcula estragos e prejuízos.

*Amanda Quintiliano  - Especial para o EM




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