Antes de explodirem os casos de gripe pelo Brasil, as doses da vacina contra a influenza estavam esgotadas em Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas. O estoque acabou em outubro do ano passado, quando o município ampliou o público da imunização.
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Em julho do ano passado, foi aberta para toda a população, inclusive pessoas que não possuem comorbidade. A vacinação durou até outubro. “Hoje não temos e em reunião com a Secretaria Estadual não tem previsão de chegar vacina esse ano fora da campanha”, informou a assessoria de comunicação da prefeitura.
A previsão, com base nos calendários dos anos anteriores, é que elas sejam distribuídas aos municípios entre março e abril deste ano.
Cobertura vacinal
Divinópolis conseguiu imunizar com o ciclo completo 70,50% do público-alvo formado por gestantes, puérperas, crianças, idosos e trabalhadores da saúde. No caso das crianças de seis meses a seis anos, elas ocorrem em duas doses – 867 não receberam a segunda aplicação.
Considerando apenas as doses únicas ou primeira, a cobertura vacinal prioritária foi de 78,60%.
Ao todo, foram aplicadas 89.605 doses, sendo que 26.485 pessoas não tinham comorbidades e estavam fora do grupo prioritário.
Aumento no atendimento
Na primeira semana de janeiro, os atendimentos de sintomas respiratórios aumentaram 16,72% em Divinópolis. A média diária em dezembro era de 275,68. O número subiu para 322.
Cidades vizinhas como Formiga e Bom Despacho viram o índice disparar com aumento aproximado de 300% e 150%, respectivamente.
Formiga reforçou a campanha pela vacinação contra a gripe. Os imunizantes estão disponíveis nos postos de saúde com exceção das unidades do Engenho de Serra e Areais.
Já Bom Despacho, assim como Divinópolis, está sem doses. O estoque esgotou no ano passado ainda durante a campanha de imunização.
Procura dispara em clínicas privadas
Sem vacinas nas unidades públicas de saúde, a procura por clínicas privadas disparou, chegando a 100% de aumento. Em uma que fica no centro de Divinópolis, o corre-corre atrás dos imunizantes fez o estoque se esgotar na segunda-feira (3/1).
As vacinas ainda faziam parte da remessa adquirida durante a campanha do ano passado. Agora, só devem chegar mais doses a partir de março, quando está prevista para começar a de 2022.
Em outra clínica, a procura também aumentou em relação ao mesmo período do ano passado. Sem falar em números, a gerência informou que ainda há doses no estoque, porém, todas vencem no dia 31 de janeiro. Elas são vendidas a R$70.
Com aumento de mais de 100% na procura, essa outra clínica teve o estoque esgotado entre outubro e novembro do ano passado.
“Devido ao surto que está tendo, estamos com procura em uma época atípica”, citou a gerente e enfermeira técnica, Fabiana Sampaio. Por ter validade anual, é comum já neste período não ter o imunizante.
“As pessoas já têm essa consciência que a campanha, tanto na rede pública como privada, começa em março. Só que este cenário atípico fez com que quem não se vacinou procurasse. Agora, temos que esperar os laboratórios entregar. É bom frisar que a vacina do ano passado não contempla a variante do vírus em circulação, ele está previsto para a deste ano”, explica Fabiana.
A vacina contra a influenza que será distribuída no Sistema Único de Saúde (SUS) em 2022 já está em produção pelo Butantan. Ela é trivalente, composta pelos vírus H1N1, H3N2, do subtipo Darwin, e a cepa B.
*Amanda Quintiliano - Especial para o EM