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Estado de Minas COVID-19

Pais esperam ansiosos a chegada da vacina infantil a BH

A inclusão do grupo no PNI foi anunciada pelo Ministério da Saúde somente na quarta-feira, após consulta e audiência pública sobre o tema


07/01/2022 06:00 - atualizado 07/01/2022 07:33

Frasco da vacina pediátrica da Pfizer, que tem posologia diferente da aplicada em adolescentes e adultos
Frasco da vacina pediátrica da Pfizer, que tem posologia diferente da aplicada em adolescentes e adultos: doses devem começar a ser distribuídas no dia 13 (foto: Oscar Del Pozo/AFP)

Em Belo Horizonte, pais e mães reclamam da demora e já se preparam para a imunização das crianças entre 5 e 11 anos.  A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) começou a preparar um esquema especial para imunizar cerca de 193 mil moradores nessa faixa etária na capital. A inclusão do grupo no Programa Nacional de Imunização (PNI) foi anunciada pelo Ministério da Saúde somente na quarta-feira, após consulta e audiência pública sobre o tema, embora a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tenha aprovado a vacina pediátrica da Pfizer ainda em dezembro. Com isso, muitos deverão tomar a vacina somente depois da volta às aulas.

A servidora pública Fabiana Nogueira, de 36 anos, é mãe de duas meninas, Maria Fernanda, de 6, e de Maria Alice, de 2, e está na expectativa da definição do calendário de vacinação das crianças.  “Quando a gente se torna mãe, a primeira coisa que você quer é imunizar seu filho de todas as formas. Criança quer pegar em tudo. Então, fico sempre vigilante. Já tomei três doses. Meu medo é em relação aos lugares públicos em que vou com a minha filha, onde nem todas as pessoas tiveram o mesmo cuidado que eu.”

Fabiana conta que está apreensiva com o aumento dos casos de COVID-19. “Meu medo em relação a essa variante (Ômicron) é por ela não ser tão letal, mas muito transmissível. A minha filha é muito do tato, de abraçar. É difícil controlar. Mas não é desesperador, tudo é questão de disciplina.”

Para ela, não há fundamentos para polêmica em relação à vacinação infantil. “A gente toma como exemplo as inúmeras outras vacinas do calendário. Reação ou alguma outra coisa que possa surgir, já acontece com outras. Aqui em casa, a partir do momento em que a Anvisa liberou, já estávamos esperando a vacinação para o início de janeiro.”

Fabiana, que mora em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, deseja que Maria Fernanda seja vacinada antes de 7 de fevereiro, quando começa o ano letivo da filha. “Seria maravilhoso se conseguisse antes. Se lá em dezembro o Ministério da Saúde tivesse determinado o início da vacinação, talvez já tivéssemos uma data.”

"Levarei meus filhos para serem vacinados tão rápido quanto possível. A vacina é uma proteção muito efetiva contra uma doença que tem vitimado, com relevância estatística, crianças na idade dos meus filhos"

Walter Loschi, servidor público, pai de crianças de 7 e de 10 anos



Pai de João, de 7, e de Marina, de 10, o servidor público Walter Loschi, de 43, também não tem dúvidas sobre a vacinação infantil.  "Levarei meus filhos para serem vacinados tão rápido quanto possível. Objetivamente, a vacina é uma proteção muito efetiva contra uma doença pandêmica que tem vitimado, com relevância estatística, crianças na idade dos meus filhos. Toda vacina tem efeitos colaterais, mas o risco de exposição e contaminação supera, em muito, os efeitos colaterais, conforme certificado pela Anvisa. Muitas vacinas do calendário previnem doenças com risco de contaminação bem inferior à COVID-19 e os pais sempre vacinaram seus filhos", defendeu.

A diretora de marketing Amanda Gonzaga, de 39, é outra que está ansiosa pela vacinação da filha Maria Rita, de 7. “Primeiro pensando na sociedade como um todo. Aqui em casa a gente trabalha a questão da COVID-19 com ela levando em conta a empatia, respeito e amor ao próximo. A importância da imunização não é só para ela, mas para a sociedade como um todo.”

A sogra de Amanda morreu vítima da COVID-19, aos 54 anos. Não tinha comorbidades e não teve a chance ser vacinada. “Quando a gente soube que a Maria poderia ser vacinada, foi uma alegria muito grande e uma esperança também. É muito triste perder quem se ama, como vários lares perderam. Eu perdi não só minha sogra como vários amigos.” Ela conta que está apreensiva com o aumento dos casos de COVID em função da variante Ômicron porque a filha tem bronquite crônica. “Antes da pandemia, ela já foi internada quatro vezes por questões respiratórias. Então, na pandemia tomamos muito mais cuidado com ela.”

Quanto à demora do Ministério da Saúde em incluir a vacinação das crianças no PNI, ela lembra a situação vivida no início do ano passado.  “Há um ano, vivemos isso na nossa faixa etária. É um descaso do governo porque outros países já estão vacinando. A gente enxerga que está um passo atrás em todas as áreas e, infelizmente, faz com que a gente perca vidas.”

Alguns pais, entretanto, preferem consultar um pediatra antes de vacinar os filhos. Caso de uma empresária que preferiu não ser identificada, para quem a orientação do médico será definitiva. Já vacinada, ela põe na balança o fato de crianças terem quadros menos graves e garante não ter qualquer receio quanto aos efeitos adversos do imunizante. “Na verdade, eu só quero me informar um pouco melhor”, disse.

Benefício supera risco


Especialistas afirmam que os benefícios de vacinar crianças contra a COVID-119 são muito superiores aos riscos. A vacina pediátrica da Pfizer já está em uso em crianças de 5 a 11 anos em 30 países, e cerca de 10 milhões de doses foram aplicadas somente nos Estados Unidos e Canadá. Os especialistas afirmam que os pais podem esperar como eventos adversos reações comuns a outras vacinas que já fazem parte do calendário infantil do PNI, como dor no local da aplicação, febre e mal-estar. "Um evento adverso muito falado e que preocupa as pessoas é a miocardite, que é uma inflamação no coração, que qualquer vírus ou vacina pode causar. De 8 milhões de doses aplicadas, houve registro de apenas 11 casos, e os pacientes evoluíram bem", destacou Eduardo Jorge da Fonseca Lima, membro do Departamento Científico de Imunizações da SBP,  à Agência Brasil.

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