Todos os reservatórios do Sistema Paraopeba, que abastecem boa parte de Belo Horizonte e sua Região Metropolitana, ultrapassaram 90% de sua capacidade, efeito das chuvas que caem na Grande BH há semanas. De acordo com dados da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) atualizados na manhã desta sexta-feira (7/1), o reservatório Serra Azul, entre Mateus Leme e Juatuba, é o mais cheio: atingiu 97,2% da capacidade.
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Região Centro-Sul de BH registra quase 60% da chuva esperada para o mêsChuva provoca desabamento de telhado em estacionamento de BHApenas 45 cidades mineiras não estão sob alerta de chuvas intensasReservatórios de BH chegam à sua capacidade máximaReservatórios Rio Manso e Serra Azul atingem 100% da capacidade606 cidades de Minas estão sob alerta de chuvas intensas; veja listaNeblina pura... Belvedere tem paisagem de inverno em pleno verãoNão é comum o Sistema Paraopeba atingir níveis tão altos em janeiro. No mesmo período do ano passado, por exemplo, os reservatórios estavam, em média, com 79,5% da sua capacidade. Em janeiro de 2020, o nível chegava a apenas 53,2% do volume máximo.
A Copasa informou que "após atingir 100% de sua capacidade de armazenamento há o vertimento da barragem, que é uma situação natural prevista em sua operação". É o caso da Serra Azul, que pode ter seu vertimento em até dois dias caso as chuvas se mantenham.
A reportagem do Estado de Minas esteve nesta manhã no reservatório Serra Azul e se deparou com o verdadeiro mar que se tornou o local. Para o nível atingir 100% e começar a verter, é necessário que o nível suba apenas mais 28 centímetros.
Segundo a Copasa, essa vazão é monitorada ao longo do curso dos rios a jusante e feita de forma a não causar problemas para populações ribeirinhas nem faltar água para abastecimento. Este é o caso, especialmente, de Vargem das Flores, que conta com comunidades bem próximas ao nível do reservatório.
O Estado de Minas também foi nesta sexta na Vargem das Flores, em Betim, e encontrou um cenário semelhante ao do Serra Azul. Para a água ultrapassar a barreira do vertedouro, ela precisa subir mais 72 centímetros. Neste reservatório, por ter menos água, o nível sobe e desce mais rápido que em Juatuba.
Moradores próximos do reservatório Vargem das Flores acompanham de perto a situação e a movimentação do corrego. Uma das moradoras Rua Capelinha, que dá acesso ao reservatório, Aldineia Correia de Souza, de 47 anos, conta que conhece pessoas que já perderam pertences por conta da força da água.
"Eu dou até sorte porque a água, aqui em casa, vai até a porta da cozinha. Tem gente mais para baixo que não tem como, precisa de ajuda mesmo, para subir as coisas, tirar, a gente fica de olho no córrego", disse, à reportagem.
A moradora também fez uma crítica à Defesa Civil de Betim e afirmou que visitas ao local não são constantes. A reportagem entrou em contato com o órgão e, caso tenha resposta, esta matéria será atualizada com o devido posicionamento.
*Estagiário sob supervisão do editor Renato Scapolatempore