A greve dos metroviários de Belo Horizonte termina neste domingo (9/1). A decisão foi tomada em uma assembleia na Estação Central, na tarde desta sexta-feira (7/1), organizada pelo Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro-MG).
Dessa forma, o metrô de BH volta a circular normalmente, das 5h15 às 23h, em todas as estações da capital mineira.
O presidente do Sindimetro-MG, Romeu José Machado Neto, explica que o fim da greve se deu principalmente em razão do recesso dos servidores dos poderes judiciário e executivo. "O recesso do Congresso Nacional, onde a gente poderia estar fazendo uma articulação com os deputados e senadores para tentar conseguir um canal de diálogo, também está atrapalhando", afirma.
Além disso, Romeu comenta que o "governo está em uma posição cômoda" e a greve está atrapalhando os funcionários e a população. "Como é uma greve muito longa, mesmo que em escala mínima, a gente prejudica o trabalhador e o usuário. Quem a gente quer atingir com a greve e pressionar, que é o governo, está pouco se lixando para os usuários e os trabalhadores", explica.
O Sindimetro-MG marcou uma reunião para o dia 17 de janeiro. “Vamos ver o que teremos de informação e avaliar se há, ou não, a possibilidade de ter outra greve”, explica o presidente do Sindimetro-MG.
A greve dos metroviários começou no último dia 23 de dezembro e o metrô estava sendo operado com escala mínima: apenas das 5h30 às 10h e das 16h30 às 20h.
Entenda a greve
O movimento grevista protesta contra a resolução nº 206 do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos, publicada em 13 de dezembro do ano passado. A norma veda a transferência de empregados lotados na Superintendência Regional Belo Horizonte (STU-BH) a outras unidades da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), em caso de privatização da estrutura.
A paralisação, da qual participam cerca de 1.600 funcionários, foi definida no último dia 19 de dezembro em assembleia geral na Praça da Estação.
Romeu José Machado diz que, apenas ao fim da manhã do dia 23 de dezembro, o sindicato foi notificado da decisão de manutenção da operação mínima. O desacato acarreta em multa diária de R$ 30 mil. Apesar disso, o dirigente não garante que a decisão judicial será respeitada.
A entidade diz que pretende recorrer à Justiça para evitar o pagamento da multa, mas informou que, caso perca a batalha nos tribunais, tem recursos para bancar até três dias de descumprimento da determinação legal. Ou seja: o equivalente a R$ 120 mil.
A privatização
Em setembro, o presidente Jair Bolsonaro (PL) esteve em Belo Horizonte para sancionar o projeto de privatização do metrô. A venda será acompanhada por aporte de R$ 2,8 bilhões para melhorias na estrutura. O governo estadual vai disponibilizar R$ 400 milhões. O edital para concretizar a entrega dos trens à iniciativa privada deverá ser publicado em março de 2022. Atualmente, o metrô liga o Eldorado, em Contagem, a Venda Nova, em BH. A ideia é implantar um segundo itinerário, do Barreiro ao Calafate, na Região Oeste.
Por meio de nota, a CBTU afirmou que a privatização do metrô de BH está sendo realizada pelo Ministério da Economia, e que a empresa não tem participação no processo.
“Todas as demandas relativas à resolução CPPI Nº 206, de 13 de dezembro de 2021, que aprova a modalidade operacional e as condições para a desestatização da Companhia Brasileira de Trens Urbanos - CBTU em Minas Gerais, são conduzidas pelo Ministério da Economia e do Desenvolvimento Regional, e a Superintendência de Belo Horizonte não tem qualquer ingerência sobre esse processo”, informou a Superintendência Trens Urbanos de Belo Horizonte - CBTU, em nota nesta sexta-feira.
Outro lado
Por meio de nota, a CBTU afirmou que a privatização do metrô de BH está sendo realizada pelo Ministério da Economia, e que a empresa não tem participação no processo. “Todas as demandas relativas à resolução CPPI Nº 206, de 13 de dezembro de 2021, que aprova a modalidade operacional e as condições para a desestatização da Companhia Brasileira de Trens Urbanos - CBTU em Minas Gerais, são conduzidas pelo Ministério da Economia e do Desenvolvimento Regional, e a Superintendência de Belo Horizonte não tem qualquer ingerência sobre esse processo”, informou a Superintendência Trens Urbanos de Belo Horizonte - CBTU, em nota nesta sexta-feira.