A Polícia Civil informou nesta sexta-feira (7/1) que o policial militar reformado e ex-vereador Joel Morais de Asevedo Junior, de 51 anos, teve a prisão temporária prorrogada por mais 30 dias. Ele se entregou na delegacia de Muriaé, no dia 8 de dezembro, e confessou ter executado a esposa Pricila Asevedo, de 28, com dois tiros na cabeça. Ela deixou um filho de 1 ano e 10 meses à época do crime.
Ao Estado de Minas, a delegada do caso Natalia Magalhães, da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), disse que decidiu pedir à Justiça a prorrogação porque “ainda existem diligências pendentes e imprescindíveis para apuração completa”.
Logo, ainda conforme a delegada, esta decisão acontece como forma de garantir uma investigação sem interferências e também evitar uma eventual fuga do autor do homicídio.
Em contato com a reportagem, o advogado do réu, Ricardo Couri, disse que ainda não teve acesso ao parecer da Justiça. “Posso me posicionar, sim. Contudo, só farei isso após ver a íntegra da decisão judicial que prorrogou a prisão temporária. Estou em viagem e devo ter acesso na segunda-feira”, explica.
Joel Morais de Asevedo Junior segue preso no 21º Batalhão da Polícia Militar, em Ubá, também na Região da Zona da Mata.
Relembre o caso
O policial militar reformado e ex-vereador na cidade de Muriaé, Joel Morais de Asevedo Junior, de 51 anos, assassinou a própria esposa, de 28 anos, na madrugada do dia 8 de dezembro, no município da Zona da Mata. Ele foi o responsável por avisar a polícia horas depois, quando se entregou às autoridades. Na delegacia, ele entregou uma pistola de calibre 380, com a qual teria cometido o homicídio.
Em diligências na residência onde o crime foi consumado, os policiais civis encontraram o corpo da mulher ensanguentado em cima da cama, no quarto do casal. A perícia identificou duas perfurações no crânio da vítima.
Durante os trabalhos periciais, um relógio Apple Watch de Pricila e um aparelho de celular do autor do homicídio foram apreendidos na residência.
Conforme as autoridades, o telefone da vítima não foi encontrado. Indagado, o esposo de Pricila disse que não sabia onde estava o aparelho. Os documentos pessoais dela também não foram localizados.
Sepultamento sob forte comoção
O corpo de Pricila foi enterrado sob forte comoção de familiares e amigos na tarde do dia seguinte, no Cemitério Municipal Senhor do Bonfim, em Muriaé.
Na ocasião, a reportagem conversou com Elaine Cristina, prima da vítima de 43 anos, que deu o tom desolador dos pais da jovem: Ailson Dala Paula e Ivonete Aparecida da Silva Dala Paula.
“A dor é gigante! Os pais não falaram nada até agora. A única coisa que eles fazem é chorar muito. Por um momento, até pensei que o pai dela fosse passar mal”, conta Elaine, acrescentando que tinha uma relação de amizade muito forte com a prima e que não suportou ficar até o fim do enterro. “Definitivamente, eu não estava com condição emocional de ficar lá. Então, decidi sair antes de tudo aquilo terminar”, complementa.
Por fim, Elaine também pontuou que nunca suspeitou de nada errado no relacionamento de Pricila e o sargento Joel, como era conhecido.