Jornal Estado de Minas

DISTRITO ILHADO

Acesso a Macacos, em Nova Lima, está interditado após alagamento em ponte

Os moradores do distrito de São Sebastião das Águas Claras, mais conhecido como Macacos, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, estão isolados após o alagamento da ponte que dá acesso à BR-040. Vídeos mostram uma grande quantidade de água da chuva sendo represada pelo muro de contenção da barragem B3/B4 da mineradora Vale. Além da ponte, vídeos também mostram a estrada Campo do Costa com interdição.




 


A Defesa Civil de Nova Lima realizou, durante o dia, fotografias oficiais dos lugares com riscos maiores e uma escola do distrito, no bairro Capela Velha, foi aberta para abrigar pessoas, mas no momento não há registro de pessoas desabrigadas ou desalojadas em Macacos.  A recomendação, por enquanto, é para a comunidade permanecer em casa, pois não foram identificados pontos de risco, segundo a assessoria de comunicação da Prefeitura de Nova Lima. 
 
“Estamos isolados não só porque a ponte está alagada, mas porque a principal rota de fuga no caso de rompimento da barragem também está interditada. A situação é grave porque o alagamento não se deve ao alto volume de chuva, ele se deve à contenção do muro que está sem drenagem. Este muro foi construído para conter os rejeitos caso a barragem se rompa. Se o muro está quase transbordando com a água e se descer a barragem, qual será o cenário?”, questiona uma moradora, que pediu para não ser identificada.
 
Fotos enviadas por moradores mostram o muro de contenção represando água da chuva (foto: Reprodução Redes Sociais)
 
 
A Vale, por meio de sua assessoria de comunicação, afirmou que não há problema de drenagem no muro construído em Macacos e que a estrutura segue em condições normais. Segundo a mineradora, a situação é devida ao grande volume de chuva. Por nota, a empresa deu informações sobre a segurança de suas barragens e muros (ECJ) no momento.




 
O promotor do Ministério Público que atua em Nova Lima, Enzo Pravatta Bassetti, já instaurou notícia de fato exigindo medidas emergenciais na região e segundo ele, garantir possíveis reparações aos moradores.  
 
Leia o posicionamento da Vale na íntegra:
 
A Vale está acompanhando o cenário de fortes chuvas em Minas Gerais, com foco na segurança de suas barragens. A empresa informa que não houve alteração no nível de emergência em nenhuma de suas estruturas e o monitoramento segue sendo realizado 24h, 7 dias por semana, em tempo real, por meio do Centro de Monitoramento Geotécnico (CMG).
 
Importante ressaltar que as comunidades que residem nas Zonas de Autossalvamento (ZAS) das barragens em nível de emergência 2 e 3 em Barão de Cocais, Macacos (distrito de Nova Lima) e Itabirito estão evacuadas desde 2019, e estas estruturas estão inativas.
 
Em Barão de Cocais, a barragem Sul Superior permanece em nível 3 de emergência e sua Estrutura de Contenção a Jusante (ECJ) está em condições normais de operação. A barragem Sul Inferior está em nível 1 de emergência, sem alteração estrutural devido à ocorrência de chuvas.




 
Em Antônio Pereira, distrito de Ouro Preto, as barragens Doutor, Timbopeba e Natividade também não apresentam qualquer tipo de alteração estrutural. A barragem Doutor permanece em nível 1 de emergência.
 
A barragem Forquilha III, em Itabirito, e as demais estruturas da mina Fábrica (Forquilhas I, II, IV e Grupo), não apresentam alterações estruturais e ECJ apresenta condições normais de operação e segue cumprindo sua função. A estrutura Forquilha IV possui Declaração de Condição de Estabilidade (DCE) positiva, Forquilhas I, II e Grupo encontram-se em nível 2 de emergência e Forquilha III permanece em nível 3 de emergência.
 
Na mina Mar Azul, em Macacos, as estruturas B6, B7, Capão da Serra e Taquaras possuem DCE positiva, a barragem 5 encontra-se em nível 1 de emergência e B3/B4 permanece em nível 3 de emergência. A ECJ (muro) também apresenta condições normais de operação.
 
A equipe da empresa também está monitorando as estruturas em Córrego do Feijão, Brumadinho, e nenhuma apresenta alterações. A empresa reforça que não há atualmente estrutura geotécnica em nível de alerta na Mina Córrego do Feijão.
 
As barragens são acompanhadas permanentemente por inspeções, manutenções, radares, estações robóticas e câmeras de vídeo.




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