Em todo o estado, entidades e órgãos oficiais continuam se mobilizando para garantir abrigo e assistência aos 13.756 atingidos em consequência das chuvas, entre eles 3.481 desabrigados. Ao todo, foram 19 óbitos em 12 municípios, sendo um deles em Belo Horizonte. Decretaram estado de emergência 145 municípios. Os dados são do boletim da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), divulgado nesta terça-feira (11).
De acordo com o Painel de Monitoramento de Desastres no Período Chuvoso 2021/2022, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese), 36 abrigos temporários operam neste momento em 22 municípios para atender desalojados e desabrigados pelas chuvas dos últimos dias no estado.
As informações do painel são coletadas a partir de boletins da Defesa Civil de Minas Gerais e em tempo real, a partir de dados da equipe da Sedese, em contato com gestores de 115 municípios para apoio no levantamento e cadastro das famílias que ficaram desalojadas e que se encontram em situação de risco.
Municípios da Região Metropolitana
A capital, segundo a prefeitura, ainda não registrou acolhidos nos abrigos de sua rede de atingidos por enchentes ou deslizamentos. Mesmo assim, foram disponibilizadas vagas emergenciais na rede de acolhimento já instalada no município.
A PBH informou que ofertou até o momento 400 refeições para famílias desalojadas e equipes em campo. Não há, organizadas pelo município, iniciativas de doações.
A PBH informou que ofertou até o momento 400 refeições para famílias desalojadas e equipes em campo. Não há, organizadas pelo município, iniciativas de doações.
Se na capital ainda não houve necessidade de abrigar pessoas desalojadas, a situação é bem diferente em outros municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Segundo a prefeitura de Betim, as famílias que precisaram deixar suas casas em decorrência das fortes chuvas que atingem a cidade, desde sexta-feira (7) foram encaminhadas para casas de parentes ou para abrigos disponibilizados para acolhimento pela prefeitura em quatro escolas municipais.
Deise Kelly Lopes, moradora no Bairro Capelinha, disse que a casa dela está em risco de desabamento. "Minha mãe mora no PTB, foram atingidos dois quartos quando caiu uma pilastra. Também o muro da casa de meu irmão caiu. É triste ter de sair de casa, onde passamos toda uma história. A gente está aqui no Itacolomi, abrigados, minha mãe não conseguiu tirar nada de casa. Mas estamos aqui. Vida que segue..."
Ednei de Oliveira, metalúrgico desempregado, também está preocupado. "Estou aqui desde sábado, a casa encheu de água rapidamente. Veio tanto da rua quanto do ralo do banheiro. Alguma coisa conseguimos colocar pra cima. Estou aqui com minha esposa e três crianças de 14, 11 e 4 anos."
Robson Gonçalves Caetano, da Central Única de Favelas (CUFA - Betim), disse que domingo foi o dia mais difícil, "porque muitas famílias ilhadas e a gente sem condições de retira-las, conseguimos um jet ski, no Bairro Nossa Senhora de Fátima. Resgatamos 30 pessoas, algumas estão em casa de parente e escolas. Estamos arrecadando roupa, alimento e material de limpeza que é o mais necessário, porque assim que baixar a água vamos limpar as casas. Estamos atuando nesse momento no Nossa Senhora de Fátima."
Na manhã de domingo (9), a prefeitura iniciou campanha para doações. A vice prefeita de Betim, Cleusa Lara, disse que foram constituídos dez pontos nas regionais, na prefeitura, shoppings Monte Carlo e Passagem, também na CDL. Os itens mais necessários são colchões, roupa de cama, cobertores, copos descartáveis, higiene pessoal, limpeza e brinquedo para as crianças abrigadas.
"Nossa situação é crítica, com mais de 9 mil desalojados, mais de 300 em abrigos. Temos três abrigos em Citrolândia, um no Alterosa e outro no Centro, para pessoal em situação de rua, e mais um na região do Terezópolis e Icaivera," disse a vice-prefeita.
"Os cidadãos que quiserem contribuir com os trabalhos da prefeitura de forma voluntária podem entrar em contato com a Superintendência de Defesa Civil pelo telefone 3594-1201. Neste momento, os trabalhos demandam, especialmente, a ajuda de geólogos, mas a prefeitura reforça que todo tipo de auxílio é importante e muito bem-vindo", informou em nota.
Brumadinho - Segundo atualização da defesa civil de Brumadinho, divulgada às 11h de segunda (10/1), 274 famílias estavam recebendo assistência do município. As pessoas desalojadas são 288, entre elas, 253 desabrigadas. Já foram atendidas 541.
Os abrigos para as vítimas das chuvas foram improvisados em escolas. As entradas da cidade continuam bloqueadas. Acesso às comunidades rurais estão alagadas. Serra do Rola Moça para Casa Branca com pontos de interdição. Os bairros mais atingidos: Canto do Rio, Cohab, Progresso e Centro.
O CRASEC-Saúde (Centro de Referência de Assistência Social Especializado em Calamidades) vem coordenando os servidores e os voluntários com ações emergenciais para garantir a segurança das famílias.
"A situação ainda é muito instável, mas por hora a necessidade maior é de água potável, considerando que o sistema da Copasa foi comprometido. Há ONG's já envolvidas em doações para os atingidos e a Prefeitura reafirma o compromisso de não estar solicitando nenhum tipo de doação em dinheiro/pix", informou em nota da assessoria de comunicação.
"A situação ainda é muito instável, mas por hora a necessidade maior é de água potável, considerando que o sistema da Copasa foi comprometido. Há ONG's já envolvidas em doações para os atingidos e a Prefeitura reafirma o compromisso de não estar solicitando nenhum tipo de doação em dinheiro/pix", informou em nota da assessoria de comunicação.
Contagem - Em Contagem, as doações podem ser enviadas para a Diretoria de Proteção Social Especial de Alta Complexidade, Rua Padre Rossini Cândido, 10 - 1º andar - Centro, que fará a separação e distribuição.
"Contagem não conta com voluntários, pois não há muita demanda de abrigamento já que os atingidos pelas últimas chuvas estão se abrigando em casas de parentes", informou a Prefeitura, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social, Trabalho e Segurança Alimentar.
"Contagem não conta com voluntários, pois não há muita demanda de abrigamento já que os atingidos pelas últimas chuvas estão se abrigando em casas de parentes", informou a Prefeitura, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social, Trabalho e Segurança Alimentar.
Na cidade há dois abrigos municipais que funcionam 24 horas, o abrigo Bela Vista e a Casa de Passagem Contagem. As solicitações de vagas deverão ser feitas pela Central de Gestão do Acolhimento Institucional - GAI: 3353-3859.
Santa Luzia - A Prefeitura de Santa Luzia disse que disponibiliza dois pontos de apoio (abrigos temporários) para as pessoas desabrigadas. Eles estão na Escola Municipal José Augusto Resende (Rua Hum, 80, bairro Duquesa 2) e a Escola Estadual Geraldo Teixeira da Costa (Rua Benedito Freire da Paz, 21, Boa Esperança). Desde ontem são 15 pessoas desabrigadas e 150 desalojados (número ainda em atualização).
Doações podem ser entregues no ponto de apoio montado pela Prefeitura na Escola Municipal José Augusto Resende, localizada na Avenida Hum, 80 no bairro Duquesa II, na sede da Defesa Civil do município, Rua Baldim, s/ nº - bairro Rio das Velhas (referência Ginásio Poliesportivo) e no CRAS Sede, localizado, na Rua José Silvino Teixeira de Melo, 200 - Fazenda Boa Esperança. Os itens mais necessários são alimentos, água potável, roupas de cama, produtos de higiene pessoal e produtos de limpeza. No momento não será necessária doações de roupas.
Nova Lima - Em Nova Lima a prefeitura montou um abrigo temporário na Escola Municipal Ana do Nascimento Souza, Rua Poços de Caldas, 285, Bairro Campo do Pires. Também há pontos de apoio da Assistência Social: nas escolas municipais Emília de Lima, Rua Abolição, 88, Centro, e Dulce Santos Jones, Rua Sete, 40 - Santa Rita, e no Clube do Sindicato dos Mineiros, Avenida Renato Avelar Azeredo, 338-680, Honório Bicalho.
O município conta também com pessoas que desejarem ajudar voluntariamente. Para trabalho voluntário, é só deixar o nome e telefone de contato na Escola Municipal Emília de Lima, para posterior acionamento de apoio.
Quem deseja fazer doações pode levar os itens para os pontos de coleta: Escola Municipal Emília De Lima, Rua Abolição, 88, Centro, e Regional Norte - Ed. Serena Mall, Rodovia Januário Carneiro, 8625, 4º andar da Torre 2, Vale do Sereno.
Quem deseja fazer doações pode levar os itens para os pontos de coleta: Escola Municipal Emília De Lima, Rua Abolição, 88, Centro, e Regional Norte - Ed. Serena Mall, Rodovia Januário Carneiro, 8625, 4º andar da Torre 2, Vale do Sereno.
A prefeitura informa que não é recomendado as pessoas levarem as doações direto para os locais atingidos, "por medida de segurança. No momento, as necessidades mais urgentes são de material de limpeza e itens de higiene pessoal; capas de chuva, galochas, pás e enxadas."
Faculdade Milton Campos recebe donativos
A Faculdade Milton Campos realiza a campanha "Milton Campos Solidária", a fim de arrecadar donativos às vítimas das chuvas.
Podem ser doados materiais de higiene pessoal e de limpeza; água mineral; e roupas e calçados em bom estado. As entregas podem ser feitas na própria Milton Campos, nos seguintes dias e horários: De segunda a sexta-feira: de 8h às 20h; Sábados e domingos: de 8h às 18h.
Os itens arrecadados serão destinados à prefeitura de Nova Lima.