A morte de cinco pessoas de uma mesma família, que estavam em um carro atingido por um deslizamento de terra no sábado (8/1) no Retiro do Chalé, em Brumadinho, na Região Metropolitana de BH, fez com que 19 associações ligadas à cidade divulgassem uma carta solicitando a imediata avaliação das condições de segurança em trechos da estrada do Parque Serra do Rola Moça, onde também estão sendo registrados vários escorregamentos de taludes. O texto alerta que, se nenhuma medida for tomada, provavelmente vão ocorrer novas tragédias na região.
O documento foi encaminhado ao coordenador estadual de Defesa Civil, coronel Osvaldo de Souza Marques e à diretora-geral do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Maria Amélia de Coni.
A carta aponta problemas gerados pela interrupção do tráfego na BR-040, entre BH e Rio de Janeiro, em decorrência do transbordamento de dique da empresa Vallourec Mineração, citando que “grande parte do trânsito foi desviado para algumas vias secundárias alternativas que cortam as Serras da Moeda e Rola Moça, todas elas marcadas por trechos muito acidentados, com taludes laterais bastante elevados, alguns deles resultantes de cortes em rochas bastante instáveis”.
O documento denuncia que as opções de desvio pelas duas serras citadas foram indicadas sem nenhuma verificação prévia da capacidade dos trechos alternativos suportarem o trânsito, ainda mais considerando suas condições.
O texto ainda deixa explícito que a opção que corta o Parque Estadual da Serra do Rola Moça já se encontrava com a pista parcialmente tomada por material deslocado de talude lateral, situação agravada pela grande quantidade de lama depositada na faixa por onde ainda era possível transitar. Além dos riscos de novos deslizamentos, a carta ainda alerta para existência de um abismo colado à via, correspondente à encosta da Serra do Rola Moça.
A carta denuncia, ainda, que a desobstrução emergencial da pista foi feita por grupos da comunidade de Casa Branca, em Brumadinho, sem qualquer apoio técnico das autoridades, com riscos não só às pessoas que executaram a limpeza, mas também aos usuários da via que por lá passavam.
Assinam a carta:
Associação Comunitária da Jangada - Narciso Pereira do Nascimento
Associação Comunitária do Jardim Canadá - Camila Oliveira Magalhães
Leal Associação Comunitária dos Moradores do Bairro Jardim Casa Branca - Marilene Ramalho dos Santos
Associação Comunitária Parque das Andorinhas- Luiz Fernando Ferreira Del Biondo Campos
Associação Comunitária Recanto da Aldeia (ACRA) - Genário Luiz de Oliveira
Associação Comunitária Regional de Casa Branca – ACRCB – Marco Antônio de Azevedo
Associação dos Moradores Parque das Águas de Casa Branca (ACPA) - Ênio Ferreira Silva
Associação dos Sitiantes do Córrego Fundo – Raquel Mourão Vasconcelos
Associação Mineira de Defesa do Ambiente (Amda) – Maria Dalce Ricas
Associação Recanto da Neblina – Maria Lúcia Murta Fonseca Brigada 1 – Leonardo Debossan
Condomínio da Aldeia da Cachoeira das Pedras- Júlio César Pereira
Condomínio Eco Casa Branca - Ramon Pedrosa Condomínio Quintas de Casa Branca – Paulo Roberto Rossi
Condomínio Residencial Estância da Cachoeira - Olivando Araújo Ribeiro
Conselho Comunitário de Segurança Pública de Casa Branca (Consep Casa Branca) - Norberto Giovannini Ribeiro
Cooperativa de Trabalho de Engenharia, Serviços e Consultoria Ltda (COOPERENGES) - Marnen Almeida Carvalho
Etérika Psicoterapias – Márcia Daian
Instituto Cabra- Mário Henrique Mol Alvares da Silva
Movimento Águas e Serras de Casa Branca (MASCB) – Camila Oliveira Magalhães Leal
ONG Brigada Carcará - Márcio Aparecido Amorim