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Estado de Minas PATRIMÔNIO CULTURAL

Benjamim Guimarães é atingido pelas águas do Rio São Francisco, em Pirapora

Patrimônio Cultural foi retirado do rio para obras de restauração em 2020, mas após alguns meses os trabalhos foram paralisados


12/01/2022 10:03 - atualizado 12/01/2022 12:31

Barco a Vapor Benjamim Guimarães inundando
Na noite dessa terça-feira (11/1), as águas do rio já atingiam o casco do barco (foto: Reprodução/Redes Sociais)
Com o aumento do nível do rio São Francisco, em Pirapora, Norte de Minas, o vapor Benjamim Guimarães, único barco a vapor em funcionamento, está cada vez mais próximo de ser danificado. Na noite dessa terça-feira (11/1), as águas do rio já atingiam o casco do barco.

De acordo com a Prefeitura de Pirapora, nessa segunda-feira (10/1), o prefeito do município, Alex Cesar, esteve reunido com o vereador Anselmo Caires, a Marinha do Brasil, Corpo de Bombeiros, Dnit, Secretarias de Infraestrutura, Desenvolvimento Econômico, Emutur - Empresa Municipal de Turismo, e membros da sociedade civil para discutir sobre a segurança do vapor Benjamim Guimarães.

Ontem, a reportagem do Estado de Minas procurou os responsáveis pelo vapor Benjamim, porém não obteve respostas.

Segundo informações da prefeitura, desde julho de 2021 o prefeito vem cobrando um posicionamento do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (IEPHA) e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), com relação à segurança do vapor.

Quanto ao posicionamento que o prefeito espera dos institutos, trata-se da obra de restauração do vapor. Em 2020, o barco foi retirado das águas do rio para restauração. No entanto, as obras estão paralisadas há alguns meses, sem nenhuma previsão de retomada.

"Desde julho estamos cobrando das instituições responsáveis pela obra, IEPHA e IPHAN, uma solução para a continuidade e conclusão da obra. Alertamos que o período das chuvas chegaria e colocaria a embarcação em risco. Até o Ministério Público entrou nesta luta conosco e a obra não foi retomada. Agora cabe a nós, em tempo recorde, cuidar do que é nosso!", explicou o prefeito em comunicado oficial.

A reportagem do Estado de Minas também procurou o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (IEPHA) para questionar sobre a continuidade das obras de restauração, mas até a publicação desta matéria o instituto estava "apurando" a situação.

Diante dessa situação, a abertura das comportas da Usina Hidrelétrica (UHE) de Três Marias, que seria nesta quarta-feira (12/1), foi adiada. A decisão da Cemig foi devido à cheia do rio São Francisco. 

Segundo a companhia, o adiamento da abertura permitirá "reduzir os impactos de inundação no trecho do Rio São Francisco até a cidade de Pirapora, reduzindo os efeitos de subida do nível que poderiam ser provocados pelo aumento de liberação do reservatório", explicou em nota.

Além disso, ressaltou que "a decisão também leva em conta a proteção da obra de restauração do Vapor Benjamim Guimarães, levando em consideração novas informações fornecidas pela Prefeitura de Pirapora."

Apesar da decisão, imagens já mostram o rio atingindo consideravelmente o barco. "E uma "gambiarra" está sendo feita pra tentar salvar um patrimônio histórico brasileiro, o Vapor Benjamim Guimarães, único grande barco movido a vapor no mundo, que se encontra na minha cidade às margens do Rio São Francisco.", escreveu uma usuária nas redes sociais.

Confira nos vídeos abaixos a situação do barco

 
 

 
Nas redes sociais oficiais da Prefeitura, os moradores da região cobram um posicionamento das autoridades. "E o nosso vapor? Vai ficar pra moradia de peixe?", escreveu uma usuária, enquanto outra disse, "Vamos perder a História de Pirapora #salveobenjamim".
 
Confira nota da IEPHA: 
 
"A restauração do Vapor Benjamim Guimarães é fruto de convênio celebrado entre o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - Iphan, responsável pelo repasse de recursos, e o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais - Iepha-MG, encarregado pela contratação e execução da obra. O projeto foi aprovado pelas duas instituições no ano de 2019 e a obra iniciada em 2020. O primeiro repasse financeiro realizado pelo Iphan ocorreu no início de 2021 e foi utilizado no pagamento dos gastos iniciais dos serviços contratados pelo Iepha. Contudo, no princípio de 2021, os repasses cessaram para ajustes técnicos e administrativos entre as instituições. Com isso, foi necessário suspender a obra temporariamente. Tanto o Iepha-MG quanto o Iphan vêm envidando esforços para a continuidade do convênio e finalização das obras. Neste momento, toda a atenção se dirige às ações emergenciais em decorrência das chuvas que atingiram a região e provocaram elevação do rio São Francisco para além do esperado. A previsão de retomada das obras é para o primeiro trimestre de 2022.

Além das tratativas realizadas entre Iepha-MG e CEMIG para controle das vazões, o Governo de Minas, por meio do Corpo de Bombeiros de MG, e em parceria  com a Marinha do Brasil e a Prefeitura de Pirapora, está no local e atua  nesse momento em plano de emergência para proteção do Vapor,  em virtude das cheias do São Francisco."

*Estagiário sob supervisão do editor Benny Cohen


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