A denúncia é do quilombola Isac dos Santos Lopes, de 28 anos, que no início da Pandemia de COVID-19, viveu um drama, junto com a irmã, Isaura, pois estava estudando na Argentina e não tinham como voltar ao Brasil, o que só aconteceu graças ao Consulado Brasileiro naquele país, mesmo assim, numa viagem desgastante, que durou quatro dias, pois tiveram de sair de Córdoba, no oeste argentino, se deslocar de ônibus para Uruguaiana, onde pernoitaram, e depois iniciaram uma viagem, também de ônibus, para Porto Alegre, de onde puderam pegar um avião, no terceiro dia, para São Paulo e daí, finalmente, para Confins.
Segundo ele, sem a estrada de acesso para Coluna e Paulistas, quem mais está sofrendo são os idosos do quilombo, que por motivo de doença, estão ficando sacrificados: “Para conseguir levar um idoso a um hospital, por exemplo, numa das três cidades, a gente tem de sair daqui por caminhos, não estradas, muito ruins e o tempo de viagem é muito longo, quase o triplo do tempo que gastaríamos até Coluna e Paulistas.”
Ele diz que no quilombo existem muitos idosos entre 70 e 90 anos. “Essa é nossa principal preocupação, pois qualquer um que apresentar um quadro de doença, não teremos como socorrer rapidamente.”
Os quilombolas do Suaçuí e Pitangueiras já enfrentaram problemas com a vacinação, pois as doses demoraram a chegar na comunidade. “Ainda tem esse problema, pois não sabemos quando as vacinas para nossas crianças chegarão”, diz Isac.
Um contato com a Secretaria de Obras de Coluna foi feita e, segundo Isac, a resposta é que tentarão desobstruir a estrada, mas que o município enfrenta muitos desabamentos e desmoronamentos em função da chuva: “Aí ficamos sem saber o que vai acontecer, mas a situação é de emergência.”