Segundo a delegada Mellina Isabel Silva Clemente, da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) em Contagem, o crime foi apurado em menos de duas semanas, quando, a partir da denúncia, a polícia chegou ao pedófilo. Ao realizar a prisão, numa residência de Contagem, os policiais apreenderam uma grande quantidade de material pornográfico infanto-juvenil.
O rastreamento do investigado, segundo a delegada, partiu de um armazenamento de imagens. “Nos EUA, existe uma lei que obriga os provedores de internet a reportarem qualquer tipo de suspeita de exploração sexual envolvendo crianças e adolescentes. O provedor informou à ONG que havia material armazenado vinculado a um servidor localizado em Contagem. E a organização passou a notícia para a Polícia Federal, que nos acionou.”
A delegada Mellina conta que, de imediato, a Polícia Civil representou à Justiça pelo mandado de busca e apreensão. “As fotos que foram enviadas dos EUA, em sua grande maioria são de bebês de colo. Já na casa do investigado, nós encontramos fotos pornográficas de crianças e adolescentes. Inclusive, na residência foi apreendida uma grande quantidade de roupas novas de bebê. Ele não soube explicar para que servem essas roupas. Chegou a alegar que iria doar, mas que depois desistiu e confessou”.
O homem foi autuado pelo crime previsto no artigo 241-B do Estatuto da Criança e do Adolescente, que diz: “Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente”.
Ele foi levado para o sistema prisional. No depoimento dado na delegacia, segundo a delegada, o homem alegou que recebeu as imagens e não as excluiu. “Ele estava muito preocupado, a todo momento, em dizer que não estuprou, não colocou a mão em ninguém, como se ter as fotos não fosse um ato criminoso.”
A delegada acrescenta que, em rápida análise do material apreendido, foi possível ver conversas do investigado, em aplicativo de mensagem e rede social, solicitando imagens de crianças nuas a mães e outras pessoas que tinham crianças em fotos de perfil.
“As investigações continuarão. Foi um amplo material apreendido, conseguimos analisar uma parte e todo o restante será periciado. Acredito que novas imagens vão surgir”, diz a delegada Mellina.
A delegada regional de Contagem, Elisa Moreira, destaca que esta foi a segunda prisão, em menos de um ano, no município, pelo mesmo meio de notificação. “No fim de 2021, a equipe da 1ª Delegacia de Polícia Civil também chegou a um indivíduo que praticava crime semelhante. Estamos aqui realmente fechando o cerco e atuando de forma bastante combativa para evitar e, ao menos, reprimir essas ações criminosas”.