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Estado de Minas LAGO DE FURNAS

Tragédia em Capitólio: marinheiros homenageiam vítimas de desmoronamento

Marinha, Bombeiros e moradores se reuniram com roupas e balões brancos na 'Ilha da Fantasia', no fim da manhã desta quinta-feira


13/01/2022 15:47 - atualizado 13/01/2022 17:10

Pessoas em lanchas com roupas brancas soltam balões brancos para o Lago em homenagem às vitimas
Banda da Polícia Militar tocou a Canção do Silêncio em memória às vítimas. (foto: Leandro Couri)
Comoção e respeito tomaram conta do Lago de Furnas nesta quinta-feira (13/1). Marinheiros e trabalhadores do turismo prestaram homenagem às vítimas da tragédia ocorrida em Capitólio, no Sudoeste de Minas, no último sábado (8/1), quando uma rocha se desprendeu de um cânion matando 10 pessoas que estavam em uma lancha.

Os moradores se reuniram com roupas e balões brancos no local conhecido como Ilha da Fantasia, no fim da manhã. De lá, partiram para os cânions, onde a banda da Polícia Militar tocou a "Canção do Silêncio", em memória às vítimas.

A família do piloto Rodrigo Alves dos Anjos, que guiava a lancha Jesus, esteve no local e ficou emocionada. Após rezar o Pai Nosso e fazer um minuto de silêncio, os participantes soltaram os balões ao ar e rosas brancas no lago. No fim do ato, todos aplaudiram e se emocionaram.

Também participaram do momento políticos da região e representantes do Corpo de Bombeiros e da Marinha do Brasil.
Ver galeria . 72 Fotos Marinheiros e trabalhadores do turismo prestaram homenagem às vítimas da tragédia ocorrida em Capitólio, no Sudoeste de Minas, no último sábado (8/1), quando uma rocha se desprendeu de um cânion matando dez pessoas.
Marinheiros e trabalhadores do turismo prestaram homenagem às vítimas da tragédia ocorrida em Capitólio, no Sudoeste de Minas, no último sábado (8/1), quando uma rocha se desprendeu de um cânion matando dez pessoas. (foto: )
Cristiano Ventura, um dos marinheiros da região, contou que divide um aperto no peito desde sábado. "Essa tragédia mudou completamente nossa vida. A homenagem tem esse intuito se lembrar as vítimas, lembrar do marinheiro que se foi e, também, para afirmar que Capitólio está aqui firme e forte", declarou.

A tristeza é geral na cidade, que vive de turismo. "A situação é muito difícil. Ninguém supera o que aconteceu", lamenta Ivone Zanesco, que chegou a trabalhar com o piloto da lancha Jesus há três anos. "Gente boa demais, gente fina, brincalhão, jamais ia colocar a vida de alguém alguém risco, mas a fatalidade acontece. Machuca e fere a gente", descreve.

Para Ivone, o sentimento é de que perderam um parente. "Somos uma família só, tudo que acontece com um atinge a gente. Perdemos 10 pessoas, mas se fosse um só, já estaríamos tristes", reforça Ivone, com medo de que o turismo seja afetado daqui pra frente. "Se isso aqui fechar, nós morremos de fome."

Investigação

Nesta quinta-feira (13/1), especialistas em geologia das polícias Civil e Federal foram à cidade para investigar as causas do deslizamento.

O delegado Marcos Pimenta explica que o trabalho dos geólogos é analisar se a queda da pedra teve ação de terceiros. "Haverá estudos técnicos para concluir se houve ação de terceiros que culminou na queda da pedra".

Na última terça-feira, a Polícia Civil ouviu o dono da lancha envolvida na tragédia e os prefeitos de Capitólio e São José da Barra. 

A área do acidente continua sendo interditada pela Defesa Civil para investigações, mas o Corpo de Bombeiros suspendeu as atividades no ponto turístico. Entretanto, conforme o Delegado, os bombeiros estão “à disposição da Polícia Cívil” para possíveis demandas. 


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