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Estado de Minas Região de Pouso Alegre

Chuvas afetam safras de feijão, milho e hortaliças no Sul de Minas

Unidade regional da Emater-MG em Pouso Alegre fez um levantamento preliminar em 38 municípios da região e apontou perdas


14/01/2022 21:52 - atualizado 14/01/2022 21:52

área rural
Chuvas atingem produtores rurais do Sul de Minas (foto: Emater-MG)
Um levantamento preliminar feito pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) mostra que cerca de 127 mil produtores rurais do estado sofreram algum tipo de dano por causa das chuvas nas últimas semanas. O estudo aponta que a situação foi relatada em 416 municípios do estado (48,7% do total).

A unidade regional da Emater-MG em Pouso Alegre, no Sul de Minas, fez o levantamento em 38 municípios da região. O balanço preliminar indica que as perdas nestes locais devem ser registradas em 5% da área de feijão 1ª safra, em 25% da área cultivada com milho e em 23,3% da cultivada com hortaliças. Não foram registradas perdas significativas na pecuária.
 
Entre os municípios com estimativa de áreas afetadas, a produção de feijão 1ª safra foi a mais prejudicada no estado, com 42,2% da área a ser colhida. As regiões Norte, Cerrado, Nordeste, Leste e Central foram as mais atingidas. Já na produção de hortaliças, é estimado um comprometimento de 37% da área, principalmente nas regiões Nordeste, Leste e Central. A produção de milho (safra verão) tem uma estimativa de 23,3% de área afetada, com destaque para as regiões Norte, Nordeste e Central.

Abastecimento

De acordo com informações coletadas pela Emater-MG na Ceasaminas, até o momento, não houve nenhum impacto significativo na oferta de frutas e hortaliças para o mercado atacadista. Porém, em algumas praças da Ceasa no interior do estado, houve redução de oferta de produtos como beterraba, mandioca, quiabo e mandioquinha-salsa comercializados nos mercados locais e regionais.
 
“A Emater-MG lembra que, no período chuvoso, já é comum ocorrer a redução da área plantada nestes locais. Há ainda alguns pontos de interdição em rodovias que podem prejudicar o escoamento de produtos como morango e batata, principalmente nas regiões Sul e Campo das Vertentes”, comentou a Emater-MG.
Pecuária
 
Na pecuária leiteira, a estimativa da Emater-MG mostra que, nos municípios prejudicados pelas chuvas, 21,4% da produção de leite deverá ser comprometida, principalmente nas regiões Nordeste, Leste e Central. Uma pesquisa feita pelos técnicos da empresa com 96 laticínios no estado indicou que, em média, a queda na captação de leite foi de 9%, principalmente pela dificuldade de deslocamento em algumas localidades.
 
Outras atividades que registram possibilidade de dano com as chuvas foram piscicultura (28,3%), avicultura caipira (23,7%), pecuária de corte (17,7%) e suinocultura caipira (15%).

Assistência Técnica da Emater-MG

“Desde o início das chuvas em dezembro, os técnicos da Emater-MG estão fazendo o levantamento dessas áreas afetadas e das estradas vicinais com problemas. Todas essas informações são encaminhadas ao governo do Estado e às prefeituras. Os dados contribuem na elaboração dos decretos municipais de emergência e na elaboração de ações emergenciais. A Emater também está apoiando os produtores rurais no controle fitossanitário das lavouras, pois neste período de chuvas, aumenta a incidência de doenças fúngicas nas plantas. Também damos assistência aos produtores rurais na elaboração de projetos para recuperação de estruturas danificadas nas propriedades rurais”, informa o diretor técnico da Emater-MG, Gelson Soares Lemes.
 
Ele afirma ainda que os técnicos da empresa elaboram laudos e projetos técnicos para os produtores que precisam obter recursos junto aos agentes financeiros. Outra ação da empresa neste período é o apoio aos agricultores do semiárido mineiro que têm direito ao Garantia Safra. Ele é um benefício do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
 
O Garantia Safra é pago aos agricultores inscritos, com renda mensal de até um salário-mínimo e meio, com plantio entre 0,6 e 5 hectares, e que tiverem perdas comprovadas por estiagem ou excesso de chuva em lavouras como feijão, milho, arroz, mandioca e algodão.
 
(Iago Almeida / Especial para o EM)


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