
Neste sábado, primeiro dia de imunização, a vacinação foi feita, exclusivamente, em Centros de Saúde, das 8h às 14h. Nesta manhã, a reportagem do Estado de Minas esteve no Centro de Saúde Marco Antônio de Menezes, no Bairro Sagrada Família, na Região Leste da cidade belo-horizontina.
A movimentação foi tranquila, e o centro até remanejou a área de aplicação de doses para atender ao novo público. Yago Araújo, de oito anos, não foi tão firme em dizer que a injeção não doeu.
"Não doeu, eu estava ansioso", disse, antes de retificar e dizer que a vacina "doeu um pouco".

Outro destemido foi Rodrigo Martins, de dez anos. A criança saiu do centro de saúde com um cartaz exaltando a vacina e o Sistema Único de Saúde (SUS) e disse que a aplicação não doeu.
"Não senti nada, e já quero voltar logo para tomar outras", disse. A segunda dose deste grupo está agendada para 23 de março deste ano.
A mãe, Andressa Pereira, de 30 anos, também afirmou que não titubeou ao levar o filho para se vacinar. "Eu estava muito ansiosa, nós acreditamos na vacina, eu já tomei duas e estou com a de reforço para tomar, então é motivo de alegria. E aqui foi muito bom, brincaram com o Rodrigo, foi ótimo".
Lara Salustiano, de seis, foi mais tímida e se queixou. "Doeu", disse, ao ser perguntada sobre o que achou de tomar a vacina.
A mãe, Fernanda Monteiro, de 37, se considera um pouco mais aliviada e agora se sente segura para que Lara retorne às aulas presenciais. "Foi muito bom, a equipe foi ótima, a gente fica com menos tensão agora. Agora, vou comprar o material escolar para ela voltar presencialmente", disse.

A mãe, Daniela Lisboa, de 39 anos, também estava com expectativa alta e, segundo ela, teve uma experiência perfeita. “Foi perfeito aqui, pessoal atendeu a gente muito bem, ambiente todo caracterizado, lúdico mesmo, e as crianças adoraram, puderam desenhar. Foi bom bom”.
A vacinação contra a COVID-19 entre crianças de cinco a 11 anos de idade em BH aconteceu somente quase um mês depois de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizar a imunização dessas faixas etárias. A aplicação de doses em crianças dessas idades foi alvo de críticas de Jair Bolsonaro (PL), presidente da República, e seus apoiadores que, sem provas concretas, questionaram o quão seguro era vacinar crianças contra o coronavírus.
Paulo Roberto Lopes Corrêa, diretor de Programação em Saúde e Segurança Epidemiológica da Prefeitura de BH, garantiu que as vacinas são seguras. Ele também explicou que o período de 20 minutos de agurado nos centros após a vacinação é uma recomendação, para que as crianças tenham um bom início de pós-imunização.
"A gente quer tranquilizar os pais e as crianças que estamos usando os imunizantes seguros, aprovados, e cientificamente comprovados. É um momento importante para a cidade, e é fundamental que as pessoas continuem tomando os cuidados necessários, como procurar vacinação e usar máscaras de protação. O tempo de espera não é obrigatório, e é mais para acompanhar como as crianças recebem a vacina, contando neste caso com o auxílio dos responsáveis", afirmou, ao Estado de Minas.
A expectativa é de que as 10.800 doses ainda sobre para segunda-feira (17) e terça-feira (18). Nestes dias, além do atendimento que já ocorreu neste sábado, haverá um foco na aplicação da vacina em crianças acamadas. Somente depois, com a disponibilidade de mais doses, é que se planejará a imunização pela idade nesta faixa etária.
Minas Gerais recebeu, na manhã dessa sexta-feira (14), do Ministério da Saúde, a primeira remessa da vacina infantil da Pfizer/Comirnaty, com 110 mil doses - Minas tem 1,8 milhão de crianças nesta faixa, segundo dados da Fundação João Pinheiro (FJP). A distribuição aconteceu durante a parte da tarde, e algumas cidades iniciaram a imunização no mesmo dia em que receberam as doses.
Belo Horizonte, capital mineira, alterou seu modus operandi para vacinar as crianças neste sábado. Isso porque era praxe que o município belo-horizontino demorasse dois dias após o recebimento das doses para iniciar a imunização, o que agora durou menos de 18 horas.

Quando forem convocadas, elas devem comparecer aos devidos postos de saúde acompanhadas de algum responsável. É necessária apresentação de cartão de vacina e documento de identificação.
Segundo dados divulgados nessa sexta-feira pela prefeitura da capital mineira, BH tem 2.149.128 vacinados com a primeira dose (87,7% da população total da cidade), 1.987.505 com a segunda (81,2%) e 562.036 com doses de reforço ou adicionais (22,3%).
BH teve 7.130 mortes pela COVID-19 desde o início da pandemia, em março de 2020, 304.071 infecções e 289.328 recuperações - 7.613 seguem em acompanhamento.