Jornal Estado de Minas

COVID-19

Busca por teste contra a COVID gera filas e demora neste domingo (16) em BH

A chegada variante Ômicron, mais transmissível, também representou um aumento na busca por testes para detectar a presença da COVID-19. Em Belo Horizonte, quem procurou um laboratório ou farmácia para se testar teve que ter paciência com as longas filas neste domingo (16/1).




 
Tânia Alves de Toro foi acompanhar o filho para o teste RT-PCR e esperou por quase três horas (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

Tânia Alves de Toro, de 63 anos, produtora e organizadora de eventos, passou pelo martírio de encarar as filas ao acompanhar o filho Felipe Augusto Alves de Toro, de 30 anos, com sintomas como tosse, pigarro e peito cheio. "Primeiro, fomos ao pronto atentimento da Unimed, no Santa Efigênia, no sábado às 22h23 e estava entupido, sem lugar para sentrar, com ar-condicionado no talo, muita gente tossindo. Fiquei espantada, quase caí para trás. Saimos de lá às 3h20 da madrugada com o pedido do médico de um teste RT-PCR".
 
Neste domingo (16/1) pela manhã, ela foi com o filho para a unidade do laboratório Hermes Pardini da Rua Aimorés, no Bairro Funcionários, a única que funciona aos domingos: "Para meu espanto, encontramos fila de novo. Muita gente. Só saímos de lá às 14h10. Felizmente, conseguimos fazer o teste, aliás, os dois, tanto o RT-PCR quanto o teste rápido. Dentro de quatro dias sai o resultado." 
 
Ele deu sorte: muita gente acabou voltando para a casa sem se testar.  "Esperei meu filho do lado de fora e por volta das 14h as pessoas chegavam e, no carro, já avisavam que não tinha mais teste, as pessoas eram dispensadas", destaca Tânia. 
 
A empresária Flávia Azevedo fez o teste RT-PCR, mas conta que também encarou fila gigante e esperou por duas horas (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

A empresária Flávia Azevedo, de 44 anos, passando muito mal, com muita dor no corpo, também foi outra que passou pelo pronto atendimento da Unimed antes de encarar a fila para fazer o teste RT-PCR: "Preciso saber se tenho COVID-19 ou influenza. E não foi nada tranquilo fazer o teste, precisei enfrentar uma fila que dobrava o quarteirão. Esperei por duas horas, mas acabei conseguindo fazer e terei o resultado dentro de quatro dias". 




 
Carlos Antônio Alves Lopes ficou esperou por quatro hora para fazer o teste rápido na Drogaria Araújo (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

Trabalhador da construção civil, Carlos Antônio Alves Lopes, de 55 anos, encarou a saga da fila na Drogaria Araújo: "Ainda bem que almocei antes, cheguei por volta das 12h45 e fiquei na fila aproximadamente quatro horas, no sol, muito quente, com algumas pessoas pedindo até cadeira para sentar porque não se sentiam bem."
 
Carlos procurou o teste rápido por segurança, já que garantiu que segue todos os protocolos e sente bem, mas estava preocupado e quis uma confirmação via teste: "E teve de ser o teste rápido, que custa R$ 120. O outro, PCR, é R$ 300, aí fica puxado." 
 
Carlos contou que o resultado do teste rápido não sai na hora: "Ele é entregue de uma a quatro horas. Como não ia esperar mais, passei o endereço de e-mail da minha filha para enviarem".

Outro lado


Por meio de nota, o laboratório Hermes Pardini afirmou que enfrenta um "aumento vertiginoso" na demanda há três semanas. Além disso, tem alto número de funcionários afastados por sintomas respiratórios e, por isso, tem filas e eventuais atrasos podem ocorrer. Confira a nota:  

"Há três semanas houve um aumento vertiginoso na demanda de testes para diagnóstico da Covid-19 e de outras doenças respiratórias em todo o país.





Desde então, o Hermes Pardini criou uma força-tarefa e tem feito o possível para atender todos os clientes. Ampliamos os estoques de insumos, contratamos profissionais, reforçamos nossos canais de atendimento, entre outras medidas.

Em um cenário em que a maioria dos laboratórios interromperam o atendimento, o Pardini segue firme. São processados cerca de 20 mil testes RT-PCR por dia, nossa capacidade máxima, mesmo diante de todos os desafios que também afetam nossa equipe, como o alto número de colaboradores afastados por sintomas respiratórios. 

Apesar de todos os esforços, eventuais atrasos ainda podem acontecer, assim como a ampliação no prazo de entrega dos resultados. Pedimos compreensão aos clientes neste momento crítico da pandemia, mas reforçamos que permanecemos fazendo o possível."



Procurada por meio de sua assessoria de imprensa, a drogaria Araujo não havia se posicionado sobre as filas até a publicação desta reportagem. 
 
Neste domingo, unidade da Drogaria Araújo também teve fila na corrida por testes de COVID-19 (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

A corrida pelo teste rápido ou RT-PCR ocorre enquanto os brasileiros aguardam aval Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para autorização do uso do autoteste, conforme pediu o Ministério da Saúde (MS) na última quinta-feira (13). Neste caso, o público-alvo é qualquer indivíduo, sintomático ou assintomático, independentemente de seu estado vacinal ou idade, que tenha interesse em realizar a autotestagem.