Os casos de COVID-19 em Formiga, no Centro-Oeste de Minas, tiveram um crescimento assustador. Nos 14 primeiros dias deste ano, houve aumento de 1.912% em relação a todo o dezembro do ano passado. O índice foi divulgado, nesta segunda-feira (17/1), pela Secretaria Municipal de Saúde.
Até o dia 14 de janeiro, foram 1.006 novos casos da doença contra 50 confirmações em todo o mês passado. “A cidade não registrava casos tão altos assim (em uma primeira quinzena) desde março de 2021, mês em que foi o pico da doença no município”, informa a prefeitura.
Os atendimentos de sintomas respiratórios também dispararam. De 1º a 13 de janeiro, 3.239 pacientes passaram pelo Ginásio Vicentão – unidade provisória montada pela prefeitura. Os dias de maior demanda ao longo deste mês registraram média de 350 atendimentos.
Mesmo com o crescimento exponencial e pedindo mais atenção da população, o secretário de saúde Leandro Pimentel tenta não criar alarde. "Todo aumento de demanda é preocupante, porém a gestão se encontra atenta. A situação exige atenção", declara. A orientação é para que as medidas preventivas, como uso de máscara, alcool gel e distancimento sejam seguidas.
Plano de ação
Para tentar conter o avanço da doença e de outras síndromes respiratórias, como a Influenza, o município elaborou um plano de ação. Dividido em quatro fases, ele está em execução desde a primeira semana do ano.
Etapas:
1. Ausência de surto no território;
2. início de surto no território com aumento exponencial dos casos notificados;
3. manutenção do surto por período superior a 15 dias e/ou em curva ascendente;
4. colapso no sistema de saúde, impossibilitando a oferta de leitos para os doentes.
A cidade ainda está na segunda etapa. Na fase dois está prevista a ampliação da equipe.
“Além do reforço na equipe, que conta agora com três médicos por turno, duas equipes de triagem e duas equipes de testagem, foi montada uma farmácia no local, com isso, os pacientes que testam positivo para a COVID-19 já recebem a medicação necessária para o tratamento, não sendo necessária assim a ida a outros locais para adquirir os remédios”, informa a prefeitura em nota.
Se for para a terceira etapa, novas contratações deverão ocorrer. “Estamos caminhando para a fase três nos próximos dias. Dentre as ações da próxima fase estão a manutenção das ações da fase anterior e contratação de mais profissionais”, destaca o secretário de Saúde.
Estrutura
O Vicentão conta atualmente com 14 leitos, sendo 12 de observação e dois são de urgência nível Unidade de Terapia Intensiva (UTI), equipados com respiradores, desfibriladores, entre outros equipamentos.
Por enquanto, segundo o secretário, a rede hospitalar, que conta com a estrutura da Santa Casa de Formiga, está absorvendo toda a demanda de internações. “A taxa de ocupação continua baixa”, declara. O último boletim, divulgado na quinta-feira (13/1), 40% dos leitos de UTI do município estavam ocupados, ou seja, quatro dos 10.
Na enfermaria, nove dos 26 leitos estavam com pacientes, representando 32% de ocupação.
*Amanda Quintiliano especial para o EM