A Federação do Comércio de Minas Gerais (Fecomércio-MG) aprovou a medida anunciada pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD) de cancelar o feriado no carnaval. Nesta quarta-feira (26/1), o gestor municipal fez apelo para que lojas abram no período que seria de feriado prolongado no próximo mês, a fim de evitar a expansão de casos do coronavírus.
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“Nesse momento, temos que concordar com o prefeito. Estamos vivendo com um momento crescente da pandemia, com funcionários em casa, pessoal sem trabalhar em virtude da COVID-19. A partir do momento em que não há carnaval, mas tem feriado, o pessoal vai para o interior ou para a praia. Isso gera aglomeração. Se todos nós trabalharmos, estamos evitando qualquer outro problema de aumentar o número de pessoas infectadas. Vemos com bons olhos a medida”, afirma.
De acordo com a convenção coletiva do Sindicato dos Lojistas de BH (Sindilojas), porém, as lojas de rua e shoppings deverão funcionar com o horário habitual somente no sábado. Domingo, segunda e terça-feira, os estabelecimentos ficarão fechados.
Lúcio Faria considera que o cancelamento do carnaval é uma oportunidade de o comércio poder recuperar prejuízos que vem se alastrando desde o ano passado e que foi acentuado com os problemas relacionados às chuvas:
“Você imagina que esses problemas de chuva e enchentes afastaram todo mundo da região metropolitana de Belo Horizonte. Muita gente tenta resolver esses problemas, comprar móveis. Com isso, acabou o comércio de Belo Horizonte. Você olha as ruas e não vê ninguém. Então, de repente chega o carnaval e o pessoal viaja e gasta dinheiro, a economia vai para o espaço”, diz.
“Temos que segurar esse pessoal em Belo Horizonte para ver se melhora alguma coisa”, complementa.
Por sua vez, Marcelo de Souza e Silva, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) afirma que é favorável ao cancelamento do carnaval.
"A CDL-BH havia solicitado à prefeitura no ano passado que não fosse decretado ponto facultativo. Como não estão previstas comemorações na cidade, em decorrência da pandemia do coronavírus, defendemos que é possível o pleno funcionamento do comércio nos dias que seria realizado o carnaval".
Segundo ele, a abertura do comércio não tem a ver com o aumento repentino de casos e, por isso, as lojas devem ter autonomia para reabrirem: "A prefeitura de Belo Horizonte compreendeu que o aumento dos casos da COVID-19 em virtude da variante Ômicron não tem qualquer relação com o comércio. A CDL-BH e mais 17 entidades haviam encaminhado um documento ao executivo municipal na última segunda-feira alertando para isso".