Os servidores técnico-administrativos da Universidade Federal de Mina Gerais (UFMG) entraram em greve sanitária por tempo indeterminado. A categoria exige condições de trabalho seguras para retornar às atividades 100% presenciais. A paralisação não afeta o atendimento na instituição, uma vez que o movimento consiste em manter o funcionamento como era antes de 10 de janeiro: com trabalho remoto ou híbrido (presencial em dias alternados).
Plano de Retorno Presencial que orienta as atividades durante a pandemia da COVID-19. Em dezembro, a instituição divulgou uma nota informando que as atividades administrativas voltariam às instalações físicas no dia 10 deste mês “sem limite de teto”, aplicando a chamada "Etapa 3". Os alunos voltariam em março, início do primeiro semestre letivo.
A UFMG tem um No entendimento da Categoria as condições e segurança no trabalho não são adequadas. Os espaços não foram adaptados para receberem os trabalhadores. Não há distanciamento entre as estações de trabalho, ventilação e limpeza diária, entre outros. https://t.co/dp7kQ6QbdO
%u2014 Sindifes (@sindifes) January 21, 2022
“As decisões institucionais seguirão sendo tomadas de forma cautelosa e criteriosa, a partir do monitoramento rigoroso da situação, com o acompanhamento cuidadoso da vacinação de servidores e estudantes e do monitoramento de casos e da situação pandêmica, com previsão de eventuais retrocessos à etapa anterior, em caso de agravamento dos indicadores epidemiológicos e assistenciais das cidades”, diz o texto.
No entanto, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores nas Instituições Federais de Ensino (Sindifes), apesar do avanço da variante Ômicron, que provocou um salto no número de casos da doença nas últimas semanas, a instituição não sinalizou que vai suspender a retomada.
Segundo o balanço divulgado ontem pela Prefeitura de Belo Horizonte, mais de 5,7 mil pessoas com diagnóstico positivo são acompanhadas na capital. Em 24 horas, foram mais 1.065 casos confirmados. Um levantamento feito pela Secretaria Municipal de Saúde mostrou que 40% dos testes feitos em BH na terceira semana de janeiro deram positivo.
Conforme a entidade, os trabalhadores reclamam que os ambientes não oferecem o distanciamento e limpeza adequados para evitar a contaminação pelo coronavírus. Eles também cobram a distribuição de máscaras PFF2 e a observância dos indicadores da pandemia.
“Na última sexta-feira, dia 21, a direção do Sindifes encaminhou um ofício à reitora da UFMG, professora Sandra Goulart, informando que a categoria não retornaria ao trabalho presencial sem a garantia das condições seguras de trabalho. No ofício, ainda foi argumentado que Belo Horizonte passa por um aumento significativo de casos de COVID-19 e influenza (H3N2) e que a retomada das atividades presenciais, nas condições atuais, gerou um surto de COVID-19 no Coltec e casos no ICB e na Biblioteca Universitária. Estas unidades foram fechadas, por 10 dias, para evitarem mais contaminações”, diz a nota do Sindifes, publicada em seu site.
O sindicato também cobra a divulgação dos números do MonitoraCovid UFMG, um sistema interno de registro e acompanhamento dos casos. Eles também querem propor uma ação judicial para exigir a obrigatoriedade do comprovante vacinal para entrar nas dependências da universidade.
Na manhã desta quinta-feira (26/1), o comando de greve se reúne com os trabalhadores para esclarecer dúvidas e dar orientações sobre a adesão à greve sanitária. O Estado de Minas entrou em contato com UFMG sobre o caso e aguarda resposta. Esta matéria será atualizada com o posicionamento da universidade.
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