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Estado de Minas SEGURO-DEFESO

Operação Tarrafa indicia diretor de colônia de pescadores por fraude

Ao todo, 23 pessoas de uma colônia de pescadores de Cristais foram investigadas por fraude a seguro-defeso; prejuízo estimado é de R$ 300 mil


27/01/2022 12:14 - atualizado 27/01/2022 12:21

João Carlos Girotto
João Carlos Girotto, delegado da Polícia Federal, durante coletiva em Varginha (foto: TV Alterosa/reprodução)
A Polícia Federal concluiu o inquérito para apurar fraude na concessão do benefício do seguro-defeso de uma colônia de pescadores de Cristais, no Sul de Minas. A ação é resultado da Operação Tarrafa que aconteceu em abril do ano passado. O prejuízo estimado é de R$ 300 mil e 15 pessoas foram indiciadas.
 
De acordo com a Polícia Federal, 23 pessoas foram investigadas, dentre elas dirigentes e beneficiários de uma colônia de pescadores de Cristais. As investigações apontaram 15 pessoas que foram indiciados pelos crimes de estelionato e uso de documento falso para obterem a concessão do benefício.
“O seguro-defeso é uma espécie de seguro-desemprego pago ao pescador. Ou seja, a pessoa que exerce a função de pesca como forma de sustento em caráter ininterrupto. Visando preservar algumas espécies marítimas, lacustre ou dos rios, o governo edita uma data onde a pesca é proibida. Nesse período, o pescador recebe um auxilio governamental, no valor de um salário mínimo, para que ele não exerça a pesca”, explicou João Carlos Girotto, delegado da Polícia Federal.
 
Durante os desdobramentos da Operação Tarrafa, a PF descobriu que 60% dos beneficiários receberam o seguro, entre 2013 e 2020, sem nenhuma necessidade. Segundo a polícia, o prejuízo para a União em relação aos indiciados foi de aproximadamente R$ 300 mil.
 
Viaturas da PF
Investigações começaram em 2013 (foto: PF/divulgação)
 
“Essa investigação começou em 2013, quando recebemos informações que essa colônia funcionava com um grande esquema de fraude de seguro-defeso. Eram denominadas pessoas que não exerciam a atividade de pesca e estariam recebendo o benefício. Colhemos todos os materiais, documentos e ouvimos todos os envolvidos”, diz.
 
A Polícia Federal informou que entre os indiciados estão o presidente e uma funcionária da colônia. “Dois integrantes, o presidente e uma funcionária, receberam o benefício de forma totalmente incabível. E os documentos que sustavam eram fraudados dentro da colônia. Caberia à colônia fiscalizar isso”, afirma.
 
Ainda segundo a PF, três pessoas foram presas preventivamente para ajudar nas investigações. Os envolvidos respondem por crime de estelionato e uso de documento falso. Se condenados, eles terão que reparar o dano recebido e podem cumprir cerca de 10 anos de reclusão. O inquérito policial foi ao Ministério Público Federal.


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