Uma mulher de 34 anos procurou a Polícia Militar (PM), na última quarta-feira (26/1), alegando ter sido estuprada duas vezes em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira. O autor, conforme a denunciante, seria um homem, de 36, proprietário de uma residência no Bairro Santa Efigênia, na Zona Sul da cidade – local onde ela teria sido mantida em cárcere privado por três dias.
Além do crime sexual, a vítima diz que foi brutalmente espancada. Apesar de o suspeito ter sido localizado e conduzido à delegacia, a Polícia Civil informou ao Estado de Minas, nesta sexta-feira (28/1), que a prisão não foi confirmada. O motivo não foi explicado.
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A polícia também pontua, com base no depoimento da vítima, que ela e o suposto agressor se conheceram há cerca de sete meses. Nesse sentido, o relacionamento entre eles era mantido com o único objetivo de compartilhar o uso de entorpecentes.
Ainda segundo o relato da mulher, o estupro aconteceu pela segunda vez na última quarta-feira, pela manhã. “Ela teria tentado se desvencilhar do autor. Contudo, não conseguiu impedir a violência e nem gritar por socorro”, destaca trecho do registro policial, revelando que foi neste dia que a vítima – “após se recuperar um pouco da situação e de um descuido do autor” – conseguiu fugir e ligar para a polícia.
Além da violência sexual, ela afirma ter sido brutalmente agredida em várias partes do corpo com socos e um alicate, o que resultou em um dente quebrado e dores nas mãos, punhos e ombros. Ela também alega que teve parte dos cabelos e cílios cortados.
Vítima conduzida para o hospital
A vítima foi conduzida para o Hospital de Pronto Socorro Dr. Mozart Teixeira (HPS), no município, onde, após avaliação médica, foi confirmada a conjunção carnal, mas sem elementos para afirmar se o ato sexual foi ou não recente.
Já o dentista da unidade hospitalar identificou uma fratura coronária em um dente, e uma pequena luxação em outro. Nesses casos, também não foi possível precisar quando as lesões aconteceram. O traumatologista constatou contusões nas mãos, no punho direito, ombro direito e nos glúteos.
Por fim, a roupa íntima e uma amostra de secreção da vítima foram encaminhadas para exames.
Autor nega acusações
Localizado em sua casa pela Polícia Militar, o suspeito confirmou que a mulher esteve no imóvel no período relatado e que fizeram uso de drogas. Segundo ele, as relações sexuais aconteceram, mas foram consentidas. O homem também nega ter agredido a denunciante.
Porém, o autor confirmou que, ao sair para trabalhar, trancava a casa com a vítima lá dentro, temendo que ela roubasse algum objeto para trocar por drogas. Ele disse, ainda, que, durante o tempo que permanecia fora do imóvel, deixava pedras de crack para ela consumir – fato confirmado pela vítima, aponta a PM.
Por fim, o suspeito recebeu voz de prisão e foi conduzido à delegacia, onde foi ouvido e liberado. O caso será investigado pela Polícia Civil.