Pais e mães de alunos da rede particular participaram, neste sábado (29/01), de protesto contra o adiamento das aulas presenciais em Belo Horizonte. O retorno das aulas presenciais para as crianças entre 5 e 11 anos foi adiado em uma semana conforme anunciou o prefeito Alexandre Kalil (PSD), na quarta-feira (26/1). A decisão vale para a rede pública e privada da capital.
O retorno, que estava programado para 3 de fevereiro, foi postergado para o dia 14. O prefeito afirmou que o adiamento tem como objetivo possibilitar que as crianças sejam vacinadas antes de retornarem às salas de aula.
A manifestação contou com menos de 100 pessoas, entre pais, mães e crianças. A maior parte dos pais, com filhos em escolas particulares, pedia a manutenção do retorno das aulas presenciais. No entanto, apesar de ser uma decisão da capital, o protesto contou também com pais que moram em Nova Lima, onde os filhos estudam.
Depois de conceder entrevista ao Estado de Minas, os pais desautorizaram a publicação dos depoimentos, que foram gravados, portanto não publicaremos os nomes. Os pais argumentraam que não deveria haver supensão nas aulas presenciais mesmo diante do aumento nos indicadores de monitoramento da pandemia, do matriaciamento de risco (MR) e mortes de crianças com menos de 9 anos na capital devido à COVID-19.
Eles alegam que outros serviços na capital estão mantidos, como a abertura de bares e a realização de jogos nos estádios de futebol com presença de público.
Os pais afirmam também que as escolas particulares seguem protocolos sanitários rígidos de forma que acreditam que os filhos estão mais seguros lá.
Quando questionados sobre a vacinação, os pais alegaram que a vacinação não chegou na faixa etária dos filhos, mas que, quando chegar, pretendem avaliar se imunizarão as crianças. Uma das mães admitiu que o risco existe, mas que é "necessário continuar a viver" realizando todas as atividades cotidianas cumprindo os protocolos de segurança.
O Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (SinepeMG) se posiciou contrário à decisão da PBH, alegando que há um tratamento "diferenciado e injusto orientado para o segmento educacional". O sindicato afirma que o setor foi o que mais se preparou para o retorno das atividades presenciais.
Proteção às crianças
A Prefeiitura de Belo Horizonte não suspendeu as aulas presenciais de crianças de 5 a 11 anos, somente adiou por uma semana. De acordo com o Executivo municipal, a medida foi tomada por conta de um novo aumento de casos de COVID-19 na cidade e pelo fato de todas as crianças desta faixa ainda não terem sido contempladas com a primeira dose do imunizante contra o coronavírus.
Também há o temor de aumento no número de casos graves nessa faixa etária que pode, inclusive, resultar em morte. Belo Horizonte registrou seis mortes de criança com idade abaixo de nove anos por COVID-19.
De acordo com o mais recente boletim epidemiológico, divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde, em 28 de janeiro, o número médio de transmissão por infectado (RT) é de 1,12 e está no amarelo, o que indica alerta no aumento do contágio. A ocupação de leitos está no vermelho, de alerta máximo, tanto para unidade de terapia intensiva (84,4%), quanto para enfermaria (82%).
O matriciamento de risco (MR), critério para abertura e fechamento de escolas em BH, é de 68%. Entre 51% e 80%, o MR é considerado moderado, Retorno às aulas presenciais para indivíduos até 18 anos de idade.
Na sexta (28/1), foram vacinadas crianças de 9 anos, sem comorbidades, nascidas de julho a dezembro de 2012.
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