Jornal Estado de Minas

BAIXA ADESÃO

Mais de 12 mil crianças ainda não foram vacinadas contra a COVID-19 em JF


 No mínimo 12.091 crianças já deveriam ter comparecido aos postos de vacinação em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, até a última quinta-feira (27/1). Procurada pelo Estado de Minas na sexta-feira (28/1), a Secretaria de Saúde do município disse que aplicou 5.909 doses dos imunizantes no público infantil até quinta-feira (27/1) – o que representa 13,36% do total de crianças a serem imunizadas.




 
 
 
Conforme comunicado encaminhado pela pasta à reportagem, a vacinação está com adesão abaixo do esperado, “que é, em média, 3 mil crianças por dia”. Ao todo, a cidade contabiliza sete dias de aplicação das vacinas, o que, consequentemente, daria uma média 21 mil doses que deveriam ter sido aplicadas.
 
No entanto, os números da vacinação na última sexta não haviam sido consolidados pela administração municipal quando a reportagem entrou em contato. Logo, para o cálculo da defasagem, foram considerados os dados coletados até a data de 27 de janeiro. O calendário de imunização será retomado nesta segunda-feira (31/1) para o público de oito anos.

Fake news

 
A Secretaria de Saúde destaca a expectativa de que os pais e/ou responsáveis mais hesitantes – que ainda não tiveram segurança em levar seus filhos aos postos – fiquem mais confiantes ao observarem a segurança com que o processo de vacinação está acontecendo.




 
“As pessoas sempre devem confirmar a veracidade das informações sobre a vacinação para evitar decisões baseadas em notícias falsas. Além disso, nossa campanha tem por objetivo divulgar informações sobre o perfil de segurança das vacinas autorizadas para uso em crianças, bem como sua eficácia no combate às formas graves da doença”, finaliza.
 

Hospitalizações por COVID-19 disparam em Juiz de Fora

 
Juiz de Fora acompanha o cenário em Minas Gerais, que bate seguidos recordes de novas contaminações por COVID-19, e vê disparar o número de hospitalizações pela doença. O número de hospitalizados mais do que triplicou quando comparado com o primeiro dia deste ano: atualmente são 225 pessoas em tratamento, ante 63, quando 2022 começou.
 
Desse total, 146 pacientes estão em leitos de enfermaria e outros 79 em UTIs, segundo o boletim mais recente da gestão da cidade da Zona da Mata, divulgado na sexta-feira (28/1). Vale lembrar que o pico de internações, porém, aconteceu em 2 de abril 2021, quando 652 pessoas deram entrada em unidades hospitalares da cidade.




 

Queda de braço entre Anvisa e Governo

 
Após 20 dias do aval da Anvisa para imunização do público de cinco a 11 anos, o governo federal anunciou a vacinação infantil no dia 5 de janeiro. Antes disso, uma consulta pública sobre o tema entrou no ar no site do Ministério da Saúde em 23 de dezembro. A plataforma, porém, apresentou instabilidades, e os usuários foram surpreendidos com a mensagem de que o site estava em manutenção. 
 
Contrapondo-se ao governo, que sempre colocou em cheque a segurança dos imunizantes, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou a aprovação da vacina Pfizer contra COVID-19 para o público infantil no dia 16 de dezembro. O pedido foi feito no dia 12 do mês anterior e passou por estudos de segurança, por um período de 30 dias, para comprovar a indicação do imunizante para crianças na referida faixa etária.
 
Entidades médicas – como as sociedades brasileiras de Pediatria (SBP), Imunizações (SBIm) e de Infectologia (SBI) – também foram favoráveis à inclusão da imunização desse público-alvo no Programa Nacional de Imunizações (PNI).




 
Mesmo assim, o governo achou mais prudente ouvir a opinião de pessoas leigas em uma consulta pública que terminou com 99.309 mil participações em 2 de janeiro.
 
O resultado do levantamento apontou que a maioria dos participantes são contrários à obrigatoriedade da vacina e defendem que a opção seja facultada aos pais ou responsáveis. Por outro lado, a maior parte também se posicionou contrária à exigência de prescrição médica, ponto amplamente defendido pelo governo federal.
 
O documento, no entanto, despertou questionamentos por parte da população e da própria área da saúde. No texto não havia opções para se posicionar a favor da imunização infantil.

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