As aulas presenciais começaram nesta quinta-feira (3/2) para os alunos da Educação Infantil em Belo Horizonte. Crianças com menos de 5 anos puderam retornar à escola seguindo os protocolos de segurança, como o uso da máscara e do álcool em gel.
Segundo o infectologista Estevão Urbano, os maiores riscos no retorno das crianças às aulas presenciais é a infecção em massa pelo vírus entre as crianças, professores e funcionários. “São muitas pessoas agrupadas em locais fechados e nem sempre as medidas de distanciamento e controle são eficazes para a variante Ômicron.”
Para garantir a segurança, Estevão aponta que todos os funcionários das escolas devem estar vacinados contra a COVID-19 e a fiscalização das medidas de segurança. “Uso de máscara 100% do tempo, distanciamento, higiene frequente das mãos e ficar atento aos sintomas.”
Para Jéssica Mesquita, mãe da pequena Cecília, de 3 anos, a volta às aulas presenciais contribui para o desenvolvimento da filha - tanto com a formação escolar quanto com o convívio social. “O fato de permanecer em casa e sem poder utilizar áreas públicas se mostrou um desafio em criar métodos de entretenimento e prejudicou sua socialização”, avalia a mãe.
Quanto aos protocolos de segurança, Jéssica está tranquila. “Todos estamos ansiosos e felizes, sabendo que os cuidados estão sendo tomados, e a vacinação em massa proporcionou maior tranquilidade ao corpo docente e consequentemente às crianças e pais.”
“Espero que o ano letivo possa transcorrer de maneira leve e fluida”, deseja a mãe, ao relembrar os últimos dois anos de pandemia que culminaram em tantas dificuldades para a população.
AULAS ADIADAS
No último dia 26, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD) adiou em uma semana o início das aulas para crianças entre 5 e 11 anos. O retorno, que estava programado para 3 de fevereiro, foi postergado para o dia 14. A decisão vale para a rede pública e privada da capital.
Segundo Kalil, o objetivo da medida é dar tempo aos pais de vacinarem seus filhos com pelo menos a primeira dose da vacina contra COVID-19.
Após a medida, pais e responsáveis organizaram uma manifestação contra o adiamento na porta da prefeitura. A manifestação contou com menos de 100 pessoas, entre pais, mães e crianças. A maior parte dos pais, com filhos em escolas particulares, pedia a manutenção do retorno das aulas presenciais.
Na manhã desta quinta-feira (03/02), a Justiça manteve o adiamento das aulas após a decisão ser contestada pela vereadora Marcela Trópia (Novo).
À tarde, em nova decisão, a Escola Americana de Belo Horizonte, no Bairro Buritis, na Região Oeste de Belo Horizonte, conseguiu autorização da Justiça, em caráter liminar, para que crianças de 5 a 11 anos possam frequentar as aulas antes de 14 de fevereiro, data estabelecida pela prefeitura da capital. A PBH recorreu ao TJMG.
A Defensoria Pública de Minas pediu esclarecimentos da prefeitura sobre o adiamento da volta às aulas. Pelo Twitter, o Ministério Público informou que irá participar de uma reunião com a PBH para discutir o assunto.