Pais, mães e responsáveis de crianças de 5 a 11 anos se reuniram neste sábado (05/02) no portão da casa do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), em forma de protesto pelo adiamento do retorno às atividades presenciais nas escolas para 14 de fevereiro. A medida, adotada pela Prefeitura de BH em 28 de janeiro, visa ao controle da pandemia de COVID-19, já que os índices relacionados ao coronavírus subiram na cidade a partir do início de 2022 e essa faixa etária está em processo de imunização ao coronavírus ainda na fase inicial.
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Confira os locais para vacinação de crianças de 7 e 8 anos hoje, em BHMPMG tenta suspender adiamento de aulas para crianças de BH na JustiçaPBH mantém volta às aulas de crianças de 5 a 11 anos em 14 de fevereiroPBH recorre da decisão que determina volta às aulas amanhã (8/2)BH: Justiça acata pedido do MP e determina volta às aulas no dia 8Protesto em BH pede justiça para assassinatos de Moïse e Durval no RioUma das responsáveis pela convocação do protesto é Mariana de Andrade, de 39 anos, mãe de uma criança de 6. Ela alega que a escola é o local adequado para os pequenos e que faltou critério na decisão.
"Somos contra o fechamento das escolas e o adiamento das aulas, porque não tem critério. O prefeito fechou as escolas falando que ia dar chance para a criança vacinar, mas esta semana nem se vacinou direito em BH. Deixo claro que não sou contra a vacina, mas a escola é o local adequado para a criança, lá elas seguem um protocolo. Elas podem ir a qualquer lugar, menos na escola", afirmou, ao Estado de Minas.
Outra manifestante é Tatiana Moraes, de 45 anos. Ela, mãe de uma criança de 7, também afirma que a decisão da prefeitura é incoerente e que essa faixa etária tem dificuldades com atividades remotas e on-line.
"Primeiro de tudo é a incoerência, tudo aberto e só escola fechada, e tinha prometido que a escola não seria mais fechada. A segunda é que a gente está vendo que os índices começaram a cair e que eles tiveram alta enquanto as crianças estavam de férias, não é culpa da escola. E é essencial para as crianças, tenho uma criança de 7 anos que está tendo aula on-line, cinco horas na tela, e não dá, é insustentável. Não justifica para mim", diz.
Pai de uma criança também de 7 anos, Bruno Diniz, de 40, adota os mesmos argumentos citados pelas mães. "Estou aqui hoje porque a gente está muito inconformado com a situação da cidade, uma das únicas, se não a única, por que a gente não vê mais nenhuma que nesta situação atual da pandemia fecha escolas enquanto o resto todo está aberto. Nossas crianças podem ir a parque, circo, lugar fechado, podem ir a lugares que nenhuma delas estará tão segura quanto no ambiente escolar. A realidade das escolas é diferente, mas isso cada família tem condição de avaliar. Não vejo sentido em tomar essa atitude e o resto estar em pleno funcionamento."
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) também tenta, por via judicial, suspender os efeitos deste decreto da Prefeitura de Belo Horizonte. O órgão ingressou, nessa sexta-feira (4), com ação de execução do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), com pedido de liminar.
Apesar das insatisfações, a decisão da Prefeitura de BH está mantida até segunda ordem. O Estado de Minas procurou o Executivo municipal, que diz não fazer comentários a respeito de manifestações populares.