Jornal Estado de Minas

COVID-19

Infecções pelo coronavírus estão próximas do pico em Montes Claros


Montes Claros, no Norte de Minas, experimentou uma explosão de novos casos da COVID-19 em janeiro, diante da circulação da variante Ômicron. Ocorreram 8.364 casos da doença nos 31 dias de janeiro, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde.





A secretária de Saúde de Montes Claros, Dulce Pimenta, salienta que as contaminações de janeiro de 2022 corresponderam a 93% do total de casos (9.021) registrados no município em março de 2021, que tinha sido o “pior mês” desde o início da pandemia na cidade.

Por outro lado, mesmo com os números de casos parecidos, houve uma “desproporção”  nos quantitativos de mortes provocadas pela COVID-19 nos dois meses comparados.

Em março do ano passado foram 295 vidas perdidas e no primeiro mês de 2022 foram oito óbitos decorrentes do coronavírus. Desde o inicio da pandemia, Montes Claros teve 1 mil mortes decorrentes da doença, número alcançado quarta-feira (2/2).

A titular da pasta municipal de Saúde afirma que o avanço da vacinação garantiu que, mesmo com a explosão de casos com a chegada da variante Ômicron, não ocorresse o aumento de mortes causadas pelo coronavírus na mesma proporção.



“Com certeza, o impacto da vacinação foi muito grande, tanto para impedir as internações de pacientes graves como na redução de óbitos.” Segundo ela, Montes Claros atingiu o percentual de 88% de sua população vacinada contra a COVID-19 (com as duas doses do imunizante).

Dulce Pimenta lembra que, atualmente, Montes Claros conta com menos de 30% dos leitos hospitalares – clínicos e de unidade de terapia intensiva (UTI) para a COVID-19 que tinham sido credenciados no período mais crítico de enfrentamento da pandemia no primeiro semestre do ano passado.

“Mesmo com menos de 30% dos leitos da COVID-19, a taxa de ocupação ficou, no máximo em 90% dos leitos clínicos e numa média de 60% a 70% para UTI.”

GOVERNADOR VALADARES 

A vacinação contra a COVID-19 em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, também evitou um número expressivo de mortes pela doença em janeiro. Essa é a conclusão preliminar dos professores do programa COVID ZERO, da Universidade Federal de Juiz de Fora/Câmpus Governador Valadares.





Segundo dados pesquisados pelos professores do COVID ZERO, o mês de maior incidência da COVID-19 em Valadares foi abril de 2021, quando foram registrados 4.196 casos confirmados da doença e 307 óbitos.

“Esse foi o período mais crítico que tivemos em relação à COVID-19, quando houve um aumento de casos acompanhados de óbitos. Mas nessa época, tínhamos a vacinação no estágio inicial”, diz Alexandra Paiva Araújo Vieira, que integra a equipe do COVID ZERO.

“Hoje, temos um aumento expressivo de casos superior ao período de março/abril de 2021, porém, em relação aos óbitos, não houve aumento expressivo como no ano passado. O que mudou de lá pra cá? A vacinação”, analisa Alexandra Paiva.