Entre os dias 14 e 25 de fevereiro, a Praça Raul Soares, em Belo Horizonte, será mais uma vez um verdadeiro museu a céu aberto, graças ao Circuito Urbano de Arte (CURA). O festival terá exposição de obras inéditas de Mag Magrela, artista selecionada pela convocatória Beck’s em 2021, e a participação do Grupo Giramundo. O evento será gratuito.
O Giramundo é um dos grupos de teatro de bonecos mais antigos do Brasil, e fará sua estreia no CURA com a apresentação da instalação “Gira De Novo”, no dia 14 de fevereiro (segunda-feira). Essa instalação foi idealizada pelo grupo em parceria com o Circuito Urbano de Arte e foi inspirada no cosmograma bakongo. Ela retrata os ciclos do universo, os movimentos do sol e as fases da vida humana como símbolo de recomeço. Essa atração estará exposta até o dia 25 deste mês (sexta-feira).
Já no dia 17 de fevereiro (quinta-feira), a artista Carolyna Barbara (ou Mag Magrela, como é conhecida) apresentará sua obra na empena do Edifício Savoy para falar sobre passado, resiliência, passar por tempos difíceis e sobre cura. A artista é conhecida por possuir diversos talentos, como grafiteira, desenhista, pintora, dentre outros. Ela é considerada como um dos nomes mais importantes do grafite brasileiro.
Essa é a sexta edição do circuito e teve início no ano passado. Na edição anterior, em 2020, o CURA contou com 18 obras de arte em fachadas e empenas. Essa acabou se tornando a maior coleção de arte mural em grande escala produzida por um único festival no país. Os idealizadores do projeto são Janaina Macruz, Juliana Flores e Prisicila Amoni.
“Em 2021, o CURA concebeu um festival-ritual para irradiar a partir da praça, um novo ambiente de imersão em arte pública. Foi lindo ver o encanto acontecer desde o momento em que convidamos geral para ver o que sempre esteve entre nós: uma Raulzona de cultura marajoara viva em grafismos e em espírito presente, praça cheia de história e vivências, com sua fonte central com contornos da Chakana peruana, de conexões transamazônicas, encontro de povos e culturas latino-americanas” disse Priscila Amoni.
“2021 foi cheio de desafios para a realização do CURA. As entregas ganharam outros significados diante dos impasses vividos pela cultura no país, especialmente com a atuação em âmbito federal no sentido de enfraquecer (por vezes, boicotar) o setor cultural, atrasando processos, autorizações, homologações, liberações de recursos, etc., desidratando a cadeia produtiva da cultura. Sentimos ainda mais orgulho e alegria por tudo que foi apresentado e compartilhado até agora” explica Juliana Flores.
“Nossa cidade é nossa galeria de arte pública e nos lembra de que, quando a gente se apropria do espaço urbano, constrói também um sentido de pertencimento, faz dele nosso também, é capaz de transformá-lo”, completa.