Jornal Estado de Minas

RECURSOS

Capitólio recebe investimento do estado para o turismo no Lago de Furnas

 

Atingida há exatamente um mês pela tragédia da queda de uma rocha no Lago de Furnas, que provocou a morte de 10 pessoas, a cidade de Capitólio receberá um investimento de R$ 5 milhões vindos do governo do estado, por meio da Secretaria de Estado de Turismo. Os recursos serão aplicados no desenvolvimento da atividade turística, que foi fortemente prejudicada desde o desastre.




 
 
O investimento foi anunciado durante lançamento do programa Reviva Capitólio – Viva o Mar de Minas, que inclui temas como ordenamento, capacitação e regulamentação de uso e ocupação dos cânions e suas águas, visando a segurança de trabalhadores e turistas. 
 
Um grupo de trabalho se reuniu para discutir as etapas de recuperação do turismo na região. A equipe é formada pela Secretaria de Estado de Cultura e Turismo, além das prefeituras de Capitólio, São José da Barra e São João Batista do Glória, polícias Militar e Civil, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Marinha do Brasil, Instâncias de Governanças Regionais (IGRs), Sebrae e Fecomércio.

Durante o lançamento do programa, foi anunciado também que 11 geólogos já estão na região para se aprofundar sobre as regiões dos cânions. Segundo a prefeitura da cidade, os profissionais ficarão no local entre duas a três semanas e um estudo prévio deve ser divulgado após as análises.




 
“Capitólio nunca teve atenção do Estado como agora. Temos que aproveitar para levar toda a região a um patamar nunca antes visto. O objetivo é transformá-la em turismo sustentável e de responsabilidade”, afirma o prefeito Cristiano Geraldo da Silva (PP).
 
Segundo o secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira, o destino é um dos mais procurados em Minas Gerais e essa reestruturação, que é necessária, trará mais segurança para a região, com o apoio fundamental de todos os parceiros envolvidos. 

“Esse momento representa uma tomada de consciência e de decisão com o projeto Reviva Capitólio, que se estrutura nos quatro eixos, tendo início com a análise, que se desdobrará num plano de manejo para uso dos cânions, além de outras ações estratégicas. Importante registrar que os 80 km do Mar de Minas estão abertos. Os hotéis e pousadas estão funcionando, os passeios de barcos e lanchas estão acontecendo normalmente no lago e as 34 cidades que compõem este complexo estão abertas para os turistas", destacou o secretário.




 
"Vamos lembrar também de outras riquezas que temos aqui, nossa Cozinha Mineira, o queijo da Serra da Canastra, aqui próximo, tudo isso está aguardando os turistas de forma vibrante e pronto para recebê-los com a mineiridade, o nosso afeto, que é muito particular de Minas Gerais”, acrescentou. 
 
Entre as ações para a região, a iniciativa prevê a criação de um posto de acolhimento aos visitantes a ser formado pela PM, Corpo de Bombeiros, Marinha do Brasil, Polícia Civil e prefeituras. O objetivo é passar informações sobre os cânions da região e prevenir os turistas contra acidentes.
 
Um consórcio entre os municípios envolvidos será formado para aplicar as regras de forma conjunta. Além disso, o plano inclui o desenvolvimento de um aplicativo para o monitoramento do fluxo de pessoas em passeios náuticos e terrestres e a criação de um grupo de estudos para o Turismo de Aventura, com a participação de Conselhos Municipais de Turismo, IGRs envolvidas, do ICMBIO e da Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta). A Secretaria de Estado de Turismo ainda deve elaborar e publicar, com o Grupo de Trabalho de Turismo de Aventura e municípios, uma resolução e legislação para a prática comercial da atividade.





 

 
Turismo afetado 


Os passeios de lancha foram proibidos pela Polícia Civil e Marinha do Brasil nos lagos de Furnas durante uma semana, afetando a arrecadação no local. A permissão só retornou em 13 de janeiro, quando o dia foi dedicado à homenagem às vítimas. Mas desde então o movimento tem sido inferior do que o esperado para o início de ano. 

Hotéis convivem com o cancelamento de diárias e os bares e restaurantes também vivem queda de público. 
 
Inúmeras lanchas ficaram no cais e as poucas que saíram não puderam chegar aos cânions – atração que antes era imperdível. É que o local vai permanecer interditado enquanto ocorrem as investigações que buscam entender o que teria causado o desmoronamento da pedra

 
Tragédia 

 

 

Na última semana, a Polícia Civil havia pedido mais 30 dias para a conclusão do inquérito sobre a tragédia. As investigações estão a cargo da Delegacia de Passos desde o dia 8 de janeiro. Até o momento, foram ouvidas 47 pessoas.

 

Também já foram realizadas perícias, estudos de campo, DNA, coleta de documentos com órgãos públicos entre outras medidas. O laudo geológico, que vai atestar a situação das rochas no local, ainda não está pronto.