Jornal Estado de Minas

ACUSAÇÕES

Vereador diz que Monlevade não tem secretária de Saúde 'à altura' da cidade


O vereador Revetrie Teixeira (MDB) é um dos participantes da Comissão de Saúde da Câmara Municipal de João Monlevade. Desse modo, o legislador costuma direcionar as pautas e cobranças dele à essa área. De acordo com Revetrie, a população de Monlevade não tem uma secretária de Saúde à altura do cargo. Neste momento, Raquel Drumond lidera a pasta.




 
 
 
 
Na reunião ordinária dessa quarta-feira (1), a primeira de 2022, Revetrie não poupou argumentos para mostrar a indignação dele sobre a atuação da secretária.

"Eu tomei uma entordada da secretaria de Saúde tem oito meses. Quero mostrar alguns documentos e dizem não ter tempo para me atender. Eu falei que até no domingo eu iria, se me atendessem. Mas até hoje não me responderam", diz enfurecido.

Alegações do vereador


Quando se trata do atendimento ao paciente, Revetrie diz ficar muito triste com o tratamento. 
 
"Sempre a culpa é do paciente, que não atende o telefone, que passa o número errado, que não retorna para o atendimento. Eu quero muito ajudar a Saúde, mas fica difícil. Para mim, a Raquel é a pior secretária de Saúde da história. Ela tem uma viseira, não vê as coisas acontecendo ao redor dela", ressalta indignado.





Sobre os tratamentos de síndromes gripais e Covid-19 estarem acontecendo no mesmo lugar, na Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro Cidade Nova, Revetrie diz:

"Estão colocando todos juntos no mesmo local com diferentes doenças. Até os moradores do bairro estão ficando doentes, pois precisam passar em frente ao local. Todo mundo entra embolado em um portão sem protocolo algum. Como que vencemos as doenças assim? Não tem nem ônibus direito para os moradores do bairro direito, querem colocar Monlevade toda em uma UBS para tratar. A secretária de Saúde de Monlevade precisa de voltar para a Terra, porque ela está em Marte", cobra o legislador.

Revetrie disse também que várias pessoas falam que a Raquel está trabalhando muito.

"Mas quem fala isso são as pessoas que estão dentro do Governo, como você Belmar (vereador líder do governo na Casa). Não tem como levar em conta a opinião só dos aliados. Dr. Laércio tem um diálogo incrível com a Câmara, sabe escutar. Mas ele tem que falar com a secretária de Saúde para fazer o mesmo. Ela precisa nos ouvir e saber que tudo que acontece nesta cidade é nossa responsabilidade. João Monlevade tem que ser estudado pela Nasa, não tem lógica", critica o representante do povo.

Para finalizar, Revetrie diz que o sonho dele é falar que a secretária de Saúde de João Monlevade é muito boa, mas que "enquanto estiver com essa viseira, é impossível. Não precisam de gostar do vereador Revetrie, mas devem respeitar ao menos, porque eu falo e cobro pela população".





Secretária de Saúde responde


A equipe da DeFato questionou à Raquel Drumond sobre as falas e alegações do vereador.

DeFato: Raquel, o vereador falou que por diversas vezes não é atendido na secretaria de Saúde de Monlevade e que fica sem respostas sobre os questionamentos dele. Procede?

Raquel: Não.

DeFato: O vereador questionou sobre o local de tratamento das síndromes gripais estar sendo no mesmo lugar do tratamento de casos de Covid-19 (UBS Cidade Nova). Por que não separar os locais para tratamento das doenças distintas?

Raquel: Como os sintomas de síndrome gripal e coronavírus são semelhantes, a princípio não há como distingui-los e, consequentemente, separar as pessoas por enfermidade.

DeFato: Revetrie disse que "A secretária de Saúde de Monlevade precisa de voltar para a Terra, porque ela está em Marte". 

Como você reage a essa alegação?

Raquel: Eu trabalho na Secretaria Municipal de Saúde, localizada na av. Getúlio Vargas, nº 2.640, bairro Belmonte, João Monlevade/MG, e estou à disposição do vereador e de todas as pessoas que me procuram aqui.

DeFato: O vereador também disse que o atendimento ao paciente monlevadense é defasado. Muitas vezes não tem retorno para consultas, não ligam de forma correta, e que sempre a culpa cai no paciente. Procede?

Raquel: Não.