Jornal Estado de Minas

REPOSIÇÃO

Paralisação por aumento salarial deixa alunos sem aula em Divinópolis

Um dia após o retorno das aulas presenciais na rede municipal de Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas, servidores de 20 das 52 escolas paralisaram as atividades. Eles integram os quase 200 que cruzaram os braços, nesta terça-feira (8/2), contra a decisão do prefeito Gleidson Azevedo (PSC) em parcelar o reajuste salarial





A manifestação começou ainda pela manhã e se estendeu pela tarde na porta do Centro Administrativo – sede da prefeitura. Segundo o balanço divulgado pelo Sindicato dos Trabalhadores Municipais (Sintram), onde a adesão não foi completa, houve a paralisação parcial das instituições de ensino.

Por orientação da própria entidade, a área da saúde não aderiu ao movimento para não comprometer os atendimentos.

Os servidores reivindicam 15,5% de reposição, referentes ao acumulado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2021 e 2022. Entretanto, o prefeito autorizou o pagamento de 9,63%, sendo 5% na folha de fevereiro e 4,63% na de maio. 

Insatisfeita, a categoria recusou a condição e aprovou paralisações e manifestações.


Reabertura das negociações


Os diretores do Sintram e do Sindicato dos Trabalhadores da Educação Municipal (Sintemmd) foram recebidos pelo chefe de Gabinete da vice-prefeita Janete Aparecida, Wastheyn Lopes. Na ausência do prefeito, informou que estaria disposto a reabrir o diálogo.





Ainda em estado de greve, foi estabelecido por meio de votação, após o encontro com o chefe de Gabinete, o prazo de 48 horas para o governo reabrir as negociações. Uma nova assembleia está marcada para quinta-feira (10/2) para definir o rumo do movimento.

A presidente do Sintram, Luciana Santos, disse que a categoria busca uma solução a partir do diálogo. 

“Entendemos que brigar em defesa dos direitos dos servidores é a nossa bandeira e também entendemos por baixaria as atitudes de quem não cumpre sua palavra e suas promessas. Nós nunca buscamos o conflito. Continuamos em busca do diálogo como a melhor solução para o impasse”, afirma.


'Dentro das condições'


Em nota, o governo disse que está atendendo a “todas as reivindicações, dentro das condições do município”. Voltou a citar a prorrogação do recebimento de impostos, como IPVA e IPTU e também os danos causados pela chuva. Entretanto, afirmou que não há como evitar paralisações.





Com o reajuste total proposto pela administração, a folha custará R$ 2,5 milhões a mais por mês. Também haverá impacto financeiro com o aumento de 11% do vale alimentação, subindo o custo mensal dos atuais R$ 6.831.607,26 para R$ 7.590.698,70.
 

Leia a íntegra a nota da prefeitura:


“A Prefeitura de Divinópolis se manifesta de forma respeitosa a paralisação dos servidores públicos, uma vez que este direito é assegurado. A Prefeitura, reitera o compromisso com o servidor, uma vez que, todas as reivindicações, dentro das condições do Município, estão sendo atendidas, porém não se pode evitar que as paralisações sejam realizadas.

Reajuste de 5% na folha salarial de fevereiro e outro reajuste de 4,63% na folha salarial de maio. 
Reajuste de 30% na bolsa estágio do Município.
Reajuste de 11%, do valor de vale alimentação.



Progressão horizontal (triênio) será concedido semestralmente.
Concurso público terá prorrogação da vigência do concurso atual. 
Capacitação profissional dos servidores, com cursos, seminários, reciclagem e criação de fluxos de processos. 
Compra de mobiliário, reformas estruturais e instalação de energia sustentável, oferecendo ambiente favorável e de apoio para os servidores

A Prefeitura esclarece que todos os serviços continuam sendo realizados, pois a grande maioria dos servidores entendem a situação que o município se encontra em detrimento, da prorrogação do recebimento do IPVA, e prorrogação do recebimento de IPTU, além das chuvas enfrentadas nas últimas semanas e sabem da importância deles na rotina do dia-a-dia para a garantia dos serviços públicos, a fim de garantir que a sociedade obtenha sempre o melhor serviço possível e os servidores com seus direitos garantidos. 

E, a Prefeitura acredita que pode continuar contando com o entendimento e a compreensão de todos os servidores, todos juntos em prol da população de Divinópolis.”
 
*Amanda Quintiliano especial para o EM