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Estado de Minas SAÚDE PÚBLICA

MP manda oficiar Saúde de Passos por irregularidades em dietas nutricionais

Vereadores protocolam pedido de investigação para que sejam apurados o armazenamento inadequado e falta de dietas enterais em posto, entre outros problemas


09/02/2022 19:32 - atualizado 09/02/2022 20:01

Segundo a denúncia, sala onde ficam armazenadas as latas de leite parenteral estão cheias de mofo
Segundo a denúncia, sala onde ficam armazenadas as latas de leite parenteral estão cheias de mofo (foto: Francisco Sena/divulgação)
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) foi acionado nessa terça-feira (8/2) para apurar irregularidades na armazenagem e falta de distribuição da dieta nutricional enteral, no ambulatório São Lucas, em Passos, no Sudoeste de Minas. O pedido foi protocolado pelos vereadores Francisco Sena (Podemos) e Aline Gomes Macedo (PL).

O promotor Eder Capute informou, no final da tarde de hoje (9/2), que mandou oficiar a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), requisitando esclarecimentos.

De acordo com o documento apresentado pelos vereadores, os pedidos de novas remessas de dietas foram feitos em novembro e estão sendo entregues em fevereiro, o que demonstra, segundo eles, falta de organização e planejamento da SMS. 

Ainda segundo a denúncia, no final de outubro de 2021, a funcionária responsável pelo posto pediu demissão da prefeitura, sem que fosse designado um funcionário fixo para o lugar, funcionando em regime de revezamento, ficando no atendimento apenas uma estagiária cujo contrato termina em março de 2022.

O documento destaca a falta de computador em condições de uso no serviço e que desde novembro não há controle de entrada e saída de insumos. Segundo os vereadores, em janeiro, era frequente a falta da dieta enteral no São Lucas.

“A Secretaria Municipal de Saúde precisa ter responsabilidade com o controle das dietas enterais. É um absurdo eles não conferirem a quantidade de caixas que está sendo entregue e simplesmente assinar a nota fiscal sem conferência. Constantemente essas dietas estão em falta no município. Cada lata desse produto é muito cara. É preciso ter seriedade com o dinheiro público. Devido à gravidade da situação, fizemos essa denúncia no Ministério Público”, disse o vereador Sena.

Para a vereadora Aline Macedo, é um descaso muito grande da SMS deixar um serviço tão importante como o de distribuição das dietas enterais com tantos problemas. "Para muitas pessoas esse alimento é o que mantém suas vidas e a falta pode acarretar graves prejuízos." Ela espera que o prefeito Diego Oliveira (PSL) resolva essas questões com prioridade.

Fabiana com o filho Carlos Eduardo
Apesar dos sorrisos para posar para a foto de álbum de família, Fabiana e Carlos Eduardo passam aperto: dieta dele custa R$ 30 por dia e está em falta (foto: Arquivo pessoal)
Fabiana Pereira dos Santos, de 36 anos, moradora do bairro Califórnia, sabe bem o que é passar por dificuldade em razão da falta da alimentação. Ela mora com os filhos, Carlos Eduardo, 16 anos, que usa a dieta, e a pequena Julia, de 9. Amparado pela Justiça, Carlos toma uma dieta chamada Isosurse 15, que não foi entregue em janeiro.

Ela conta com a ajuda de doações para comprar a dieta, que custa R$ 30 a caixa, e dura um dia só. “Sobrevivemos com o BPC do Carlos porque eu tenho que cuidar dele. A dieta dele fica em R$ 900 por mês, fora o resto das despesas. Eu não sei o que fazer”, conta Fabiana.

A secretária municipal de Saúde, Vanessa Cristina Silva Freira, foi procurada por meio da Asssessoria de Comunicação da prefeitura e também pelo WhatsApp pessoal, mas não respondeu aos questionamentos da reportagem. Este texto será atualizado assim que uma posição seja enviada.


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