As fortes chuvas em Minas vêm causando estragos nas cidades do estado. Muitas pessoas tiveram as casas invadidas pelas águas e perderam móveis e eletrodomésticos. A professora Marli Alves, de 51 anos, vive a mesma situação há 20 anos. Um dos rios de Santa Maria de Itabira, cidade muito afetada pela chuva, passa atrás da casa de Marli, que sempre tem o imóvel inundado quando o nível da chuva é alto.
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O lote da professora faz divisa com um dos pátios usados pela prefeitura de Santa Maria de Itabira para guardar carros e outros equipamentos. “O lote deles fica na altura da rua, então só agora que começou a dar problema no terreno deles”.
Marli já pediu providências da prefeitura, inclusive de gestões anteriores, mas até agora nada foi feito. Segundo o laudo de um engenheiro civil que foi até a casa da professora, é necessário fazer um muro de gabião para evitar a queda da casa. “Não tenho condições de fazer uma obra desse tamanho. Peço ajuda da prefeitura, mas nunca consigo nada”.
Segundo Marli, a Defesa Civil já realizou vistoria na casa de Marli e recomendou que a professora saísse do local. “Não posso pagar um aluguel. Não tenho para onde ir”.
Em nota, o gabinete do prefeito Reinaldo (PSD) afirmou que a degradação do terreno de Marli já vem acontecendo há algum tempo, não foi especificamente derivado das atuais chuvas, e também frisou que não há nenhum dispositivo público no local em risco iminente.
“Nas chuvas de 2021, 1/3 dos imóveis foram invadidos por água e lama. Temos uma rua inteira com imóveis interditados desde fevereiro passado devido ao risco de soterramento, no Bairro Poção, sendo que a busca de recursos foi frustrada em função justamente de não haver dispositivos públicos em risco, mas propriedades particulares”.
A prefeitura também afirmou que a Secretaria Municipal de Assistência Social possui auxílios à população baseado em análise social, mas que são limitados ao permissível pela legislação.
“Também temos oferecido auxílio moradia aos moradores que foram atingidos pelo desastre natural e que ainda não possuem condição de retorno às suas residências, devido a laudos técnicos condizentes”.
O governo do estado afirmou que destinou, por meio do Plano Recupera Minas, R$ 603 milhões em recursos estaduais para ações de infraestrutura e suporte a pessoas e cidades afetadas pelos fortes temporais no estado. Ainda em janeiro, o estado repassou R$ 130,1 milhões a 332 prefeituras mineiras que decretaram situação de emergência ou calamidade pública.