A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizou uma audiência pública nesta quinta-feira (10/02) a respeito da vacinação contra a COVID-19 em crianças de 5 a 11 anos de idade, por meio da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia. O encontro semipresencial reuniu diversas autoridades em saúde e educação infantil e contou também com a participação dos deputados estaduais.
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Unaí Tupinambás, infectologista que compõe o Comitê de Enfrentamento à COVID da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), sucedeu Bartô e o criticou diretamente. O médico, incrédulo, respondeu que a vacina pediátrica contra o coronavírus foi a mais testada.
"Estou aqui meio até sem palavras, estou meio assustado com a fala do deputado que me antecedeu. Deputado, eu vou me dirigir pessoalmente a você, nenhuma vacina para criança foi tão estudada quanto à da COVID. Antes de aplicar a vacina na população menor que 12 anos de idade, foram 2,6 bilhões de doses dadas à população acima de 12 anos de idade (...) Se mostrou extremamente segura, às vezes mais segura até que nos ensaios clínicos. Acho que não justifica esse medo, essa fala que a vacina não tem estudos", afirmou
"Tem que buscar informação científica de qualidade, é importante a sua fala, seus eleitores estão escutando você, acho que isso não pode ser dito em audiência pública porque vai contra a verdade, vai contra a ciência", completou Unaí.
Posteriormente, o deputado estadual Bruno Engler (PRTB) elogiou a audiência, mas lamentou o fato de ela ter somente especialistas "de um lado" e também disse que mães, pais e responsáveis poderiam escolher pela imunização ou não das crianças.
Na sequência, Ana Cristina de Lima Pimentel, doutora em saúde coletiva da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), discordou de Engler e afirmou que as famílias que optam pela não imunização acabam tomando a decisão com base em divulgação de notícias falsas.
Na sequência, Ana Cristina de Lima Pimentel, doutora em saúde coletiva da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), discordou de Engler e afirmou que as famílias que optam pela não imunização acabam tomando a decisão com base em divulgação de notícias falsas.
Minas Gerais iniciou a vacinação das crianças entre cinco e 11 anos em 14 de janeiro deste ano, de forma atrasada, segundo outros defensores da imunização infantil ouvidos nesta quinta. Segundo o governo de Minas, o estado tem 20% desse público imunizado com pelo menos uma dose.