Caixas de sabão em pó foram recolhidas de pelo menos duas redes de supermercados na região Centro-Oeste de Minas, por indício de falsificação. A apreensão foi divulgado nesta quarta-feira (16/2) pela Polícia Civil, um dia após delegados detalharem um esquema de falsificação do produto que resultou na apreensão de 230 toneladas de sabão falso.
Os produtos, que foram apreendidos ontem (15/2), integram um lote com suspeita de falsificação. Eles foram encontrados nas lojas de Itaúna, e serão levados para perícia.
“As empresas envolvidas estão colaborando com a polícia, apresentaram nota fiscal dos produtos e, à princípio, também são vítimas. Um inquérito policial foi instaurado para apurar os casos e as investigações prosseguem”, informa em nota a PC.
Os nomes das redes não foram revelados pela polícia. Entretanto, uma delas emitiu um comunicado hoje dizendo que foi vítima da quadrilha. "O produto em questão não é de comercialização exclusiva da Casa Rena. É possível encontra-los em milhares de estabecimentos comerciais de todo Brasil, e não somente nas lojas da Casa Rena, sendo leviano e precipitado imputar qualquer tipo de culpa da Casa Rena com os fatos ocorridos", diz, em trecho (leia a íntegra da nota abaixo).
A empresa informa ainda que está tomando todas as medidas legais cabíveis em âmbito civil e criminal para proteção do nome dela, marca e reputação, e ainda realizando as ações necessárias para proteção de seus consumidores e da coletividade.
O produto suspeito já foi recolhido da área de vendas. A rede conta com 13 lojas distribuídas em cinco cidades: Itaúna, Oliveira, Divinópolis, Mateus Leme e Juatuba.
Apreensões
As apreensões em Itaúna ocorreram em continuidade aos trabalhos da operação desencadeada esta semana para identificar, dentre os envolvidos, os receptores. Foram 230 toneladas de sabão em pó da marca OMO apreendidas em Divinópolis e São Gonçalo do Pará na segunda-feira (14/2). É a maior apreensão da história, segundo a PCMG.
Embora as redes de supermercado do Centro-Oeste tenham sido os alvos iniciais, a suspeita é de que o produto falsificado fosse comercializado também em outros estados, devido à alta produção.
Por dia, estima-se que eram envasadas cerca de 37,5 mil caixas, considerando embalagens de 800 gramas. As investigações também apontam que a quadrilha lucrava cerca de R$ 3 milhões por mês com a comercialização.
“Uma terceira parte da investigação é a financeira para se verificar esses lucros obtidos a partir desta prática, rastrear este dinheiro, os responsáveis pela lavagem de capitais, que alguns já foram até identificados, para se obter aí também o bloqueio e sequestro destes bens e valores da prática delitiva”, explicou ontem o delegado Wesley Castro.
Esquema
As investigações começaram em junho do ano passado quando foram apreendidas 50 toneladas de sabão em pó falsificado em Nova Serrana. No mês seguinte, mais 25 toneladas do produto foram apreendidas na mesma cidade. Com a ação da polícia, a quadrilha migrou a atividades para as cidades vizinhas de Divinópolis e São Gonçalo do Pará.
Para tentar desviar a atenção da polícia, os suspeitos dividiram o esquema nas duas cidades. Em Divinópolis, ficava apenas o galpão de estoque. Toda a carga que vinha da Bahia era descarregada nele. Na sequência, eram transportados cerca de dois caminhões por dia para outros dois galpões, ambos em São Gonçalo do Pará, a menos de 30 km de distância, onde o produto falsificado era embalado e distribuído.
Nota Casa Rena:
"Diante dos fatos divulgados pela imprensa e apresentados pela Polícia Civil do Estado de Minas Gerais na data de 15 de fevereiro de 2022, informamos a todos clientes consumidores e à toda população em geral, que a Casa Rena foi vítima de uma quadrilha de falsificadores do produto - OMO LAVAGEM PERFEITA, que espalhou centenas de toneladas desse produto em todo Estado de Minas Gerais e do Brasil. O produto em questão não é de comer- cialização exclusiva da Casa Rena. E possível encontra-los em milhares de estabelecimentos comerciais de todo Brasil, e não somente nas lojas da Casa Rena, sendo leviano e precipitado imputar qualquer tipo de culpa da Casa Rena com os fatos ocorridos.
A Casa Rena, está tomando todas as medidas legais cabíveis em âmbito civil e criminal para proteção de seu nome, marca e reputação, e ainda realizando as ações necessárias para proteção de seus consumidores e da coletividade.
O produto suspeito já foi recolhido da área de vendas, de forma a ajudar nas investigações e está à disposição das autoridades competentes para análise. Nos stories do nosso instagram, apresentamos o folder divulgado pelo fabricante para auxílio na identificação do produto original.
Não admitiremos qualquer tipo de ameaça ou comentário falso e calunioso contra a empresa Casa Rena, realizada sob qualquer forma ou publicação, que tomará as medidas necessárias contra tais ataques. A empresa Casa Rena possui mais de 55 anos de idoneidade no mercado e tradição na qualidade de seus produtos, sendo que, comprovadamente foi uma das centenas de vítimas dessa quadrilha de falsificadores."
*Amanda Quintiliano especial para o EM