O enfrentamento à violência doméstica em Manhuaçu, cidade da Zona da Mata mineira, que já teve ações das autoridades de segurança reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal, ganhou mais um destaque durante o 1° Encontro Estadual do Portifólio de Prevenção à Violência Doméstica, da Polícia Militar de Minas Gerais.
O encontro, que se encerrou na terça-feira (15/2), destacou a equipe da Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica-PPVD, do 11° Batalhão de Polícia Militar, como uma das mais eficientes do estado, de acordo com o indicador Taxa de Resposta Imediata à Violência Doméstica (TRIVD). O índice alcançado foi de 51.20% de taxa de resposta.
O TRIVD avalia a produtividade do serviço de Prevenção a Violência Doméstica dentro da área da Unidade de Execução Operacional (UEOP), da Polícia Militar, quanto ao número de vítimas atendidas em relação ao número de ocorrências de violência doméstica ocorridas na área de responsabilidade da equipe.
Durante o encontro foram atualizados os procedimentos que rotineiramente são aplicados pelo protocolo de atendimento aos casos, bem como apresentados os principais projetos que serão executados durante o ano de 2022.
Mulheres em situação vulnerável
O sargento Clézio Ailton Rodrigues, que atua na PPVD de Manhuaçu, junto com a cabo Elenice Rodrigues, disse que o trabalho de enfrentamento da violência doméstica tem sido desenvolvido de forma dedicada.
Manhuaçu chegou a ficar pouco mais de dois anos sem crimes de feminicídio, entre 23/12/2019 e 1/1/2022, graças ao trabalho conjunto com a Polícia Civil, com total comprometimento no atendimento das ocorrências, que acontecem, em sua maioria, em áreas de vulnerabilidade social de Manhuaçu.
Manhuaçu chegou a ficar pouco mais de dois anos sem crimes de feminicídio, entre 23/12/2019 e 1/1/2022, graças ao trabalho conjunto com a Polícia Civil, com total comprometimento no atendimento das ocorrências, que acontecem, em sua maioria, em áreas de vulnerabilidade social de Manhuaçu.
“Nessas áreas, os homens submetem as mulheres a vários tipos de violência, como a física, moral, patrimonial, sexual e psicológica. Em muitos casos, os homens atuam praticando a violência psicológica, privam a mulher de liberdade para estudar, trabalhar, sair, fazendo ameaças, e isso é caminho para outras formas de violências”, disse.
Mas, segundo o policial, a violência doméstica atinge não apenas as mulheres dessas áreas de vulnerabilidade social, mas também àquelas que moram em áreas residenciais nobres, com menor incidência.
As muitas denúncias recebidas pela PPVD, segundo o Sargento Ailton, são resultado do encorajamento feito às mulheres, por meio de campanhas desenvolvidas por instituições de segurança pública e sociedade.
“A tecnologia contribuiu muito para isso e as mulheres têm acesso a meios digitais para acionar a polícia”, disse.
“A tecnologia contribuiu muito para isso e as mulheres têm acesso a meios digitais para acionar a polícia”, disse.
Mais à vontade com policiais femininas
Além disso, segundo o sargento, há também a confiança das mulheres no trabalho da Polícia Militar e da PPVD. Tia Célia, que se identifica desta forma por estar sob medida protetiva contra um ex-companheiro agressor, em Manhuaçu, disse que essa confiança das mulheres aumentou depois que policiais femininas passaram a integrar as equipes que atendem as ocorrências envolvendo agressões.
Ela sofreu muito com o ex-companheiro, anos atrás. Disse que foi bem atendida por uma equipe de policiais formada apenas por homens, mas a criação da PPVD, que atende às mulheres com equipe policial que tem policial feminina, fez com que as denunciantes se sintam mais à vontade para falar.
“Uma mulher sabe o que se passa com outra mulher, às vezes, com um simples olhar. Então, a presença de uma policial feminina numa viatura aumenta a confiança da mulher agredida”, disse Tia Célia.
Crimes violentos
As ações da 11º Batalhão de Polícia Militar de Manhuaçu também ganharam destaque no enfrentamento da criminalidade em crimes violentos. No mês de janeiro de 2021, foram registrados 43 crimes violentos na área do batalhão. Em janeiro de 2022, foram 28 registros, uma redução de 34%.
Esses crimes, de acordo com o comando do 11º BPM, são, em maioria, relacionados ao tráfico de drogas, que diariamente é foco de repressão das equipes da Polícia Militar, por meio da apreensão de drogas e armas de fogo.
Não apenas nos casos de violência contra a mulher, mas nos crimes violentos, o comando da PM pede que a comunidade faça denúncias pelo número 190 ou pelo Disque Denúncia 181, onde o sigilo é garantido.