As mortes em decorrência da COVID-19 registradas nos primeiros 17 dias de fevereiro já superam todo o mês de janeiro em Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas. O secretário de saúde da cidade, Alan Rodrigo da Silva, disse hoje (18/2) que o número ainda é reflexo da explosão de casos do mês anterior. Mesmo assim, ele afirma que o indicador já acende o alerta.
Leia Mais
Pelo segundo dia consecutivo, Minas tem mais de 100 mortes por COVID-19Mulher morre soterrada em Minas enquanto lavava a louça Mesmo sem feriado, hotéis em Minas devem ter boa ocupaçãoZema anuncia para março a recuperação de três rodovias no TriânguloSecretário de Saúde pede para população se vacinar antes do carnavalVarginha cancela ponto facultativo no carnaval para brecar COVID-19 “Tivemos uma positividade muito grande no final de janeiro e pacientes que não vacinaram evoluíram super mal, ficaram na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e acabaram evoluindo para óbito agora em fevereiro”, afirma.
Os óbitos continuam abertos no sistema da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa). Só após encerradas as investigações é que será possível contabilizar quantos dos pacientes foram vacinados com alguma dose e quantos não receberam nenhuma. “O que temos até agora, que é muito qualitativo, é que a maioria dos pacientes que estava na UTI ou não vacinou ou não completou o ciclo vacinal”, diz.
Divinópolis tem, hoje, sete moradores da cidade internados em UTI, segundo o Painel de Monitoramento da Semusa.
Idosos
Todas as mortes registradas em janeiro foram de idosos. Em fevereiro, dos 18 casos até agora, um tinha menos de 49 anos, os demais mais de 60. “São pacientes que estavam agravado no final de janeiro, porque o ciclo de aumento de casos foi na segunda para a terceira semana, e evoluíram para óbito”, reforça.
Para efeito epidemiológico, só a partir do encerramento da próxima semana é que será possível analisar e confirmar se a condensação de mortes no início do mês está relacionada a explosão de casos de janeiro. Independentemente disso, o número crescente e a queda na procurada pela vacina tem gerado preocupação.
“Não deixa de gerar alerta. Um deles é realmente para as pessoas fecharem o ciclo vacinal. A população tem que buscar a vacinação, seja para completar ou para tomar a primeira dose”, afirma Silva.
O balanço mais recente divulgado no dia 9 de fevereiro pela Semusa apontava 42.796 pessoas com doses atrasadas no município, a maior parte da dose reforço (30,5 mil), as demais com a segunda. Outro índice preocupante é ausência das crianças. Ao todo, 30% das agendadas não estão sendo levadas pelos pais para a imunização.
Divinópolis contabiliza, desde o início da pandemia, 695 vidas perdidas em decorrência da COVID-19. O pico foi em abril do ano passado, quando 123 pessoas morreram. O número começou a cair em junho, atingindo o menor em dezembro passado, quando um paciente morreu. Do total de óbitos, 73,8% das vítimas eram idosos.
*Amanda Quintiliano especial para o EM