A pandemia da COVID-19 diminuiu a cobertura vacinal de outras vacinas do cronograma tradicional. Até esta terça-feira (22/2), Minas Gerais registrou cobertura vacinal contra a poliomielite de 73,7%, para menores de um ano, de 66,38% para crianças de 15 meses de idade e de 59,67% para crianças com 4 anos de idade.
A meta recomendada pelo Ministério da Saúde é de 95% de cobertura do público elegível. A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) reforça o pedido para que pais e responsáveis atentem-se para as faixas etárias indicadas para receber as doses.
PREVENÇÃO É O CAMINHO
A poliomielite é uma doença contagiosa que, por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca de pessoas infectadas, pode contaminar crianças e adultos.
O último registro de poliomielite em Minas Gerais é de 1985. Desde este ano, a vacina contra a paralisia infantil tem sido a única forma de prevenção. Justamente para manter a cobertura vacinal, a imunização contra pólio faz parte do calendário de rotina do Programa Nacional de Imunizações (PNI), de forma gratuita e de ampla disponibilidade nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) em qualquer época do ano.
Fabiana Cristina da Silva, técnica de coordenação de Agravos Transmissíveis da SES-MG, reforça que, mesmo sem registro da doença no Brasil, o vírus permanece circulando em países como Paquistão e Afeganistão. E por isso, o fato da cobertura vacinal estar abaixo do recomendado, eleva a preocupação com a reincidência da pólio no país.
FAIXAS ETÁRIAS
Para completar o esquema vacinal da poliomielite são necessárias três doses injetáveis no primeiro ano da criança, aos 2, 4 e 6 meses de vida.
Quando a criança completa 1 ano e 3 meses (15 meses), é administrada a primeira dose de reforço. O segundo reforço vem aos 4 anos de idade. Ambos são pela famosa “gotinha”.
HISTÓRICO DA PÓLIO NO BRASIL
Fabiana Cristina da Silva explica que não há um tratamento específico para a pólio, e que aproximadamente 1% das infecções causadas resulta em paralisia %uFB02ácida, de início súbito e que afeta, em regra, um dos membros inferiores. “As sequelas da poliomielite normalmente são motoras e não têm cura”, explica a técnica.
Em 1961 ocorreu a introdução da vacina contra a poliomielite oral (VOP) no Brasil, com a realização de vacinações em municípios de SP e do RJ.
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Anos depois, em 1986 foi criado o famoso Zé Gotinha, marca-símbolo da erradicação da poliomielite.