Uma pessoa morreu vítima de dengue em Minas Gerais neste ano de 2022. A confirmação foi feita pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) e divulgada nesta terça-feira (22/2). Outras duas mortes são investigadas por suspeita da doença.
Embora a divulgação tenha sido feita pela pasta apenas hoje, os números são da última terça-feira (15/2). Estes são os dados mais recentes do monitoramento dos casos de dengue, chikungunya e zika.
Portanto, até 15 de fevereiro, Minas Gerais registrou 4.791 casos prováveis (casos notificados exceto os descartados) de dengue. Desse total, 1.289 casos foram confirmados para a doença.
Os casos aumentaram se comparado com o boletim de sete dias antes, divulgado em 8 de fevereiro. Naquela data, Minas tinha registrado 3.700 casos prováveis, sendo 833 confirmados para a doença e não havia óbitos.
Chikungunya
Em relação à febre chikungunya, foram registrados 317 casos prováveis da doença, dos quais 30 foram confirmados. Até então, não há nenhum caso de óbito confirmado, ou mesmo investigado, por chikungunya em Minas.
Os números também aumentaram, já que no boletim anterior foram registrados 264 casos prováveis da doença e, desse total, 22 foram confirmados.
Zika
Quanto ao vírus zika, foram registrados nove casos prováveis, sendo três confirmados para a doença (dois incluídos na lista dentro de uma semana). Também não há óbitos por zika em Minas Gerais, segundo a SES-MG.
Exames detectam
O Grupo Pardini, responsável por exames laboratoriais em todo país, avalia que enquanto a COVID-19 está diminuindo em Minas Gerais, novos casos de dengue estão surgindo. A taxa de positividade de dengue em Belo Horizonte, por exemplo, na primeira semana de janeiro, era 3,8%. De 30 de janeiro a 5 de fevereiro, a taxa foi para 5%. De 6 a 12 de fevereiro, a taxa subiu para 9,1%.
“Temos monitorado o percentual de testes solicitados na nossa rede”, afirma Melissa Valentini, infectologista do Hermes Pardini. “Precisamos ficar atentos e o dever de casa é manter os criadouros dos mosquitos fora do ambiente domiciliar, ou seja, retirar todos os locais de água parada, para evitar criadouro do mosquito da dengue”, alertou.
A especialista lembra o ciclo trianual da doença e teme a escalada de casos em 2022. “Todo verão, o medo que nós temos de termos novos picos de dengue acontece. O último pico maior foi em 2019 e cresce a nossa preocupação de que possamos ter um novo pico este ano”, disse.
Epidemia e o clima
O epidemiologista José Geraldo Ribeiro, também se diz preocupado com os próximos meses, principalmente devido ao clima chuvoso que o estado tem enfrentado nas últimas semanas.
“Realmente me preocupa pessoalmente muito a situação de dengue esse ano. Acho que ela pode vir um pouco mais tarde do que habitualmente ocorre em decorrência do período de chuva muito extenso, mas realmente acho mais preocupante essa situação do que propriamente a ciclicidade (picos a cada três anos)”, afirma.
Ele explica que as condições ambientais são fator determinante para proliferação do mosquito infectado. “Tivemos uma quantidade de chuva enorme que vai deixar várias coleções de água pequenas que o Aedes aegypti utiliza muito bem para se reproduzir. Nós temos dois anos de baixa circulação, provavelmente em decorrência de isolamento social pela COVID-19, então você vai ter uma população grande não-adequadamente imunizada em relação à dengue e com proliferação de vetor”, conclui.