O Estado de Minas procurou Greco, que disse não poder, no momento, adiantar os termos das tais "agendas prioritárias" sobre a recomposição. Segundo ele, devem haver compromissos do governador a respeito do tema.
"O intuito do vídeo é acalmar a categoria dizendo que a gente, se Deus quiser, vai resolver esse problema no mais breve espaço de tempo possível", afirmou o secretário.
Líderes de policiais militares, policiais civis, bombeiros, agentes do setor penal e trabalhadores do setor socioeducativo têm afirmado que as categorias só voltarão ao ritmo normal de trabalho quando o governo enviar, aos deputados estaduais, projeto para viabilizar a recomposição salarial.
Segundo Greco, a gravação não foi feita com o objetivo de frear a paralisação.
"Ninguém quer cessar movimento. A gente só está dando uma explicação do que está acontecendo", garantiu.
No vídeo, o chefe da pasta de Segurança Pública está ao lado do comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar, coronel Edgard Estevo da Silva, do comandante-geral da Polícia Militar, coronel Rodrigo Sousa Rodrigues, e do chefe da Polícia Civil, Joaquim Francisco Neto e Silva. A reunião desta terça ocorreu no Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), na Região Centro-Sul de Belo Horizonte.
"Acabamos de participar de uma reunião a tarde toda com nosso governador Romeu Zema, a secretária Luiza [Barreto, Planejamento e Gestão] e o secretário Igor Eto [Governo]. Foram definidas agendas prioritárias para resolução da questão da nossa recomposição salarial para os próximos dias", fala ele, durante 24 segundos.
Entenda a greve
Os agentes cobram a efetivação de acordo de reajuste em três parcelas. O pacto, assinado em novembro de 2019, previa a reposição das perdas inflacionárias em três parcelas: 13% foram repostos em julho de 2020; em setembro de 2021, seriam acrescidos mais 12%; a última parcela, também de 12%, estava prevista para setembro deste ano.
Apesar disso, alegando inconstitucionalidade, Zema vetou o segundo e o terceiro reajustes. Apenas a primeira fatia, de 13%, entrou na conta dos agentes. O projeto que tratava do tema foi o mesmo a receber emenda estendendo a reposição salarial a todos os servidores.
Quando barrou o aumento geral, o governador também retirou do texto as parcelas prometidas às polícias para 2021 e 2022.
Protestos, também, contra a tentativa do governo de emplacar Minas Gerais no rol de estados participantes do Regime de Recuperação Fiscal (RRF). O Palácio Tiradentes se ampara no plano para renegociar dívida de R$ 140 bilhões com a União e, também, para conceder o reajuste aos policiais.
Para aderir ao ajuste fiscal, é preciso obter aval da Assembleia Legislativa, mas contrapartidas que receiam servidores também despertam dúvidas em deputados estaduais, que se preocupam com a possibilidade de redução de investimentos em políticas públicas e congelamento de salários.
Diante da resistência encontrada em parte dos parlamentares, a base aliada a Zema ainda não conseguiu colocar a proposta em votação.
Governo se posiciona
O Governo de Minas realizou, nesta terça-feira (22/2), reunião para avançar na busca de soluções das demandas relacionadas à segurança pública. O Governo entende que o assunto é prioridade e reforça que se mantém aberto ao diálogo por reconhecer a necessidade da recomposição salarial das forças de segurança e de todas as categorias do funcionalismo estadual, pautado por critérios de responsabilidade e previsibilidade fiscal.
Novos encontros internos estão previstos ao longo da semana, na agenda do governador e dos secretários, para tratar do tema tão importante para os mineiros.
Conduzida pelo governador Romeu Zema, a reunião teve a participação dos secretários de Governo, Igor Eto, de Planejamento e Gestão, Luísa Barreto, e de Justiça e Segurança, Rogério Greco. Também acompanharam o comandante da Polícia Militar de Minas Gerais, Coronel Rodrigo Sousa Rodrigues, o comandante do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, Coronel Edgard Estevo, o chefe da Polícia Civil de Minas Gerais, Dr. Joaquim Francisco Neto e Silva.