A agenda do chefe do poder Executivo mineiro previa agendas em Cataguases e Leopoldina, na Zona da Mata. "Neste momento, o governador estará empenhado na solução das demandas relacionadas à segurança pública", informou a equipe do político do Novo.
O secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Rogério Greco, participou da reunião do governo sobre o movimento deflagrado pelos trabalhadores da segurança. Após a conferência, ele gravou vídeo prometendo "agendas prioritárias" para viabilizar o reajuste.
Ao Estado de Minas, Greco não quis adiantar as diretrizes que vão basear a negociação. "O intuito do vídeo é acalmar a categoria dizendo que a gente, se Deus quiser, vai resolver esse problema no mais breve espaço de tempo possível".
Líderes de policiais militares, policiais civis, bombeiros, agentes do setor penal e trabalhadores do setor socioeducativo têm afirmado que as categorias só voltarão ao ritmo normal de trabalho quando o governo enviar, aos deputados estaduais, projeto para viabilizar a recomposição salarial.
Por que a greve?
Os agentes cobram a efetivação de acordo de reajuste em três parcelas. O pacto, assinado em novembro de 2019, previa a reposição das perdas inflacionárias em três parcelas: 13% foram repostos em julho de 2020; em setembro de 2021, seriam acrescidos mais 12%; a última parcela, também de 12%, estava prevista para setembro deste ano. Apesar disso, alegando inconstitucionalidade, Zema vetou o segundo e o terceiro reajustes. Apenas a primeira fatia, de 13%, entrou na conta dos agentes.
O projeto que tratava do tema foi o mesmo a receber emenda estendendo a reposição salarial a todos os servidores. Quando barrou o aumento geral, o governador também retirou do texto as parcelas prometidas às polícias para 2021 e 2022.
Protestos, também, contra a tentativa do governo de emplacar Minas Gerais no rol de estados participantes do Regime de Recuperação Fiscal (RRF). O Palácio Tiradentes se ampara no plano para renegociar dívida de R$ 140 bilhões com a União e, também, para conceder o reajuste aos policiais.
Para aderir ao ajuste fiscal, é preciso obter aval da Assembleia Legislativa, mas contrapartidas que receiam servidores também causam temores em deputados estaduais, que se preocupam com a possibilidade de redução de investimentos em políticas públicas e com o congelamento de salários.
Diante da resistência encontrada em parte dos parlamentares, a base aliada a Zema ainda não conseguiu colocar a proposta em votação.
Governo se posiciona
O Governo de Minas realizou, nesta terça-feira (22/2), reunião para avançar na busca de soluções das demandas relacionadas à segurança pública. O Governo entende que o assunto é prioridade e reforça que se mantém aberto ao diálogo por reconhecer a necessidade da recomposição salarial das forças de segurança e de todas as categorias do funcionalismo estadual, pautado por critérios de responsabilidade e previsibilidade fiscal.
Novos encontros internos estão previstos ao longo da semana, na agenda do governador e dos secretários, para tratar do tema tão importante para os mineiros.
Conduzida pelo governador Romeu Zema, a reunião teve a participação dos secretários de Governo, Igor Eto, de Planejamento e Gestão, Luísa Barreto, e de Justiça e Segurança, Rogério Greco. Também acompanharam o comandante da Polícia Militar de Minas Gerais, Coronel Rodrigo Sousa Rodrigues, o comandante do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, Coronel Edgard Estevo, o chefe da Polícia Civil de Minas Gerais, Dr. Joaquim Francisco Neto e Silva.