Manter as medidas de combate às doenças transmitidas pelo Aedes aegypti e intensificar as orientações à população para eliminação dos riscos de acúmulo de água e lodo que possam funcionar como criatórios do mosquito são as estratégias das autoridades de saúde, após a confirmação da primeira morte provocada pela dengue em Minas Gerais neste ano. Outras ações já adotadas consistem na aplicação de inseticidas e liberações progressivas de mosquitos com micro-organismos capazes de reduzir a transmissão, como apurou ontem a reportagem do Estado de Minas.
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O balanço mais recente da dengue em BH foi divulgado no último dia 18, tendo indicado 56 casos confirmados. No entanto, outros 594 registros estavam pendentes de resultados. Além disso, até o boletim, haviam sido investigados e descartados 271 casos. A regional de BH com maior número de casos totalizados (confirmados e suspeitos) é o Barreiro, com 115 notificações. Na sequência, aparece Venda Nova, com total de 94 casos.
Com relação à chikungunya, em 2022, foram notificados sete casos entre moradores da capital. Outros dois registros se referem a contaminação fora da cidade. Há cinco casos em investigação para a doença. “Em todos os locais com suspeita de casos de chikungunya, a Secretaria Municipal de Saúde intensificou as ações de combate ao vetor, como uma estratégia para evitar a propagação da doença”, informou o boletim. Quanto à zika, em 2022, um caso foi notificado, investigado e descartado para a doença na capital.
Em 2021, a SES-MG antecipou recursos financeiros aos 853 municípios mineiros para se organizarem no enfrentamento das arboviroses nos diferentes eixos de atuação, de acordo com informações da pasta estadual. “A SES-MG está atenta à situação da dengue no estado, por meio de análises sistemáticas dos bancos oficiais de notificação e do acompanhamento de indicadores de transmissão nos municípios, com avaliação constante do cenário de risco junto ao Comitê de Enfrentamento das Arboviroses e Comitês Regionais de Enfrentamento às Arboviroses, de forma que também haja monitoramento e avaliação da execução dos Planos Municipais de Enfrentamento às Arboviroses”, destacou a secretaria, por meio de nota.
Os planos citados vêm sendo discutidos e executados desde o final do ano passado, para atender a todos os cenários de transmissão. “Também têm sido executadas ações de controle vetorial de forma rotineira e complementar aos municípios. A SES-MG também presta assistência sistemática de atenção primária à saúde, assistência especializada e hospitalar e assistência farmacêutica, com intervenção quando necessário”, acrescentou.
Drones
A Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, informou que durante todo o ano são mantidas as ações de vigilância e combate às doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. “Os agentes de combate a endemias percorrem os imóveis reforçando as orientações sobre os riscos do acúmulo de água e que podem se tornar potenciais criatórios do mosquito, além de orientar como eliminar esses criatórios e, se necessário, fazer a aplicação de biolarvicidas”, disse.
É também mantida a aplicação de inseticida a Ultra Baixo Volume (UBV) para o combate a mosquitos adultos em áreas com casos suspeitos de transmissão local e em função de uma avaliação ambiental pelas equipes de controle de zoonoses. “O produto tem o objetivo de eliminar o mosquito em sua fase adulta, em que o vírus pode ser transmitido. A aplicação é realizada com equipamentos especiais e o trabalho ocorre, de preferência, pela manhã ou no final da tarde”, detalhou.
Em 2020, foi assinado um termo de cooperação para o uso de drones, os chamados veículos aéreos não tripulados, para a aplicação de larvicida diretamente nos locais de risco, quando esses são de difícil acesso para a equipe de zoonoses.
Há também a continuidade das liberações progressivas dos mosquitos com Wolbachia em todas as regiões do município. O método é complementar às demais ações de controle e prevenção da dengue, zika e chikungunya executadas durante todo o ano em BH. “A Wolbachia é um micro-organismo intracelular e não pode ser transmitida para humanos ou animais. Mosquitos que carregam o micro-organismo têm a capacidade reduzida na transmissão das arboviroses, diminuindo assim, o risco de surtos de dengue, zika, chikungunya e febre amarela. Cabe ressaltar que esse método não envolve qualquer modificação genética do vetor Aedes aegypti”, explicou a PBH.